Representações sociais: dos modelos de deficiência à leitura de paradigmas educacionais
Resumo
O presente estudo busca verificar as representações sociais de deficiência que constam nas normas complementares estaduais, específicas à Educação Especial, vigentes na Região Sul do Brasil para a elucidação dos paradigmas educacionais desses documentos. Consta uma organização teórica, a qual contempla questões referentes à legislação educacional, aos aspectos implícitos tanto no processo dialético inclusão/exclusão, quanto na proposta de educação inclusiva, bem como realiza-se a apresentação da Teoria das Representações Sociais elaborada por Moscovici (1961). Utiliza o método de análise de conteúdo exposto por Bardin (1977), complementado pelas idéias propostas por Moraes (2003). Apresentam-se as unidades de registro, referentes aos documentos estudados, organizadas de acordo com indicadores temáticos. Realiza-se a análise dos elementos de cada indicador, baseada tanto em interpretações, quanto no referencial teórico organizado. Os resultados evidenciam visões antagônicas e dicotômicas presentes na atual política educacional, demonstrando a existência de representações sociais extremas de deficiência, referentes ao modelo médico e ao modelo social de deficiência. De posse das representações de deficiência, foram identificados os paradigmas educacionais desses documentos, por meio das fases de atenção social referenciadas por Sassaki (1997), constando-se que tais normas evidenciam a manutenção de paradigmas educacionais integradores, bem como, ampliam a consolidação de paradigmas educacionais inclusivos.