Em cena: a constituição do professor do atendimento educacional especializado
Abstract
Este estudo tem como objetivo problematizar como as produções discursivas do Atendimento Educacional Especializado (AEE) vêm produzindo modos de ser professor de Educação Especial na educação inclusiva e quais são os efeitos desses discursos em suas práticas pedagógicas. Para isso, é utilizado um conjunto de ferramentas de análise extraído de escritos de autores que compartilham um modo de pensar e pesquisar utilizando a vertente pós-estruturalista, como: a noção de modos de subjetivação, para pensar a respeito dos discursos e das práticas que estão em uma rede de poder e saber produzindo/marcando de determinada maneira os professores de Educação Especial e regulando suas condutas; assim como a noção de experiência e narrativas de si, de Jorge Larrosa. A pesquisa contou com a colaboração de seis professoras de Educação Especial que atuam no AEE, das quais fizeram relatos sobre suas experiências na prática educativa e como foram constituindo-se enquanto profissionais em tempos em que impera a racionalidade neoliberal. Para tanto, foi observado que as professoras de Educação Especial estão vivenciando conflitos no que diz respeito ao trabalho na Sala de Recursos Multifuncional e a indefinição de seu papel na escola. Assim, com a problematização empreendida, visualizou-se que o professor de Educação Especial está com a sensação de esvaziamento profissional , ou seja, ao mesmo tempo em que lhe são dadas inúmeras atribuições talvez mais voltadas para o uso de tecnologias e gestão deixa-se marginalizada as ações pedagógicas.