O processo dialógico entre família e escola: limites e possibilidades para a auto(trans)formação permanente com professoras
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2016-08-09Metadatos
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A presente Dissertação de Mestrado em Educação foi desenvolvida na Linha de Pesquisa Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional na Universidade Federal de Santa Maria (RS). Constituiu-se como possibilidade de inserção na realidade escolar e de diálogo com as diferentes famílias de quatro turmas de Educação Infantil de uma escola municipal na cidade de Santa Maria. Problematizamos, no decorrer da pesquisa com as professoras coautoras, como se constituem as questões de diálogo entre as famílias e a escola. Nosso objetivo, ao longo do estudo, foi analisar como as situações-limite e os desafios diários emergem da possibilidade do diálogo escola/família e suas contribuições para a auto(trans)formação permanente das professoras das quatro turmas de Educação Infantil. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, uma vez que esta nos permite envolver significados, opiniões, fatos, todos permeados pelas relações entre as pessoas, sujeitos inseridos em um contexto social. O segundo momento da produção de dados constituiu-se pela organização de um questionário não estruturado, ou aberto, dado às famílias, a fim de que elas pudessem dizer a sua palavra (FIORI. In FREIRE, 2011), contar sobre suas vivências no contexto escolar e, assim, socializar conosco suas subjetividades. A partir dele, organizamos algumas temáticas que foram de suma importância para constituição dos Círculos Dialógicos Investigativo-formativos (HENZ; FREITAS, 2015) com as professoras. Após a pesquisa inicial com as famílias, que foi desenvolvida a partir dos questionários não estruturados, começamos a organizar os encontros com o grupo de professoras. Foram um total de três encontros com as coautoras, os quais aconteceram através dos Círculos Dialógicos Investigativo-formativos dentro de uma perspectiva freireana, tendo por base os Círculos de Cultura (Freire), em que as professoras foram convidadas a dialogar e reconstruir novos significados para relação escola e família, os quais se constituíram em um espaço onde os sujeitos puderam dizer a sua palavra . No caso desta pesquisa, propomo-nos à construção de um diálogo solidário, em que cada um ensina-aprende, uma vez que acreditamos que cada coautora da pesquisa foi uma fonte original e única de uma forma própria de saber, assim fomos trocando experiências, vivências, saberes com as coautores na busca pelo ser mais de todos e por inéditos viáveis. Por acreditarmos que ninguém educa ninguém e, ninguém se educa sozinho (FREIRE, 2013, p. 18), é que cremos nos processos que emergiram dos Círculos de Cultura, pois este referencial tem nos possibilitado, nos últimos anos, aprimorar nossas pesquisas no que diz respeito aos Círculos Dialógicos Investigativo-formativos. O referencial teórico fundamentou-se em Freire (1996, 1997, 2000, 2011), Arroyo (2004), Bardin (1977), Brandão (2007), Chizzotti (2006), Flick (2009), Henz e Freitas (2015), Josso (2004, 2010) entre outros autores que cruzaram a trajetória desta pesquisa. Concluímos que os desafios que emergiram do diálogo escola/família são muitos, mas as professoras coautoras demonstraram que, acolhendo as famílias, e comprometendo-se com o trabalho pedagógico, é possível e viável um trabalho colaborativo entre as famílias e a escola. Constatamos ainda que as professoras conquistaram a maioria das famílias das crianças pequenas e, assim, conseguiram desenvolver uma relação de diálogo com elas.