Proeja: um estudo de caso sobre desempenho escolar, emancipação e a autonomia em um curso de educação técnica
Resumo
A redemocratização do Brasil, a promulgação da constituição de 1988 e a edição da
Lei Federal 9394/96 - LDB trouxeram à discussão a preocupação de resgatar uma
parcela significativa de jovens e adultos que não tiveram acesso à escola ou dela
evadiram na idade “regular”. A universalização da educação proposta a partir desse
novo referencial legal fez com que aumentasse a oferta de escolas e de matrículas.
Dessa forma, possibilitou-se que as camadas mais pobres da sociedade tivessem
acesso ao sistema público de educação. Nessa seara, foi gestado o Programa de
Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Educação de
Jovens e Adultos - PROEJA. Frente a essas mudanças e do propósito de se
implantar no Brasil um programa de educação que tem como objetivo incluir aqueles
que historicamente foram privados do acesso à escola, faz-se necessário refletir
sobre as diretrizes e princípios do PROEJA a fim de que se compreenda em que
medida, na visão docente, o programa tem alcançado efetivamente o desempenho
escolar esperado. Desempenho, aqui entendido, como inclusão, efetiva
permanência na escola, aprendizado e emancipação dos sujeitos alunos. Para
realização desse estudo, utilizou-se a abordagem qualitativa e, como procedimento,
o estudo de caso, apresentando uma realidade materializada na visão dos
professores docentes. Com base na investigação, pode-se constatar que a proposta
de currículo integrado, disciplinas do núcleo comum e parte técnica, como meio de
formação integral de um cidadão consciente do seu papel social e qualificado para o
exercício profissional ainda não foi atingido. O estudo aponta que a proposta
continua privilegiando, ainda, de forma precarizada, a qualificação profissional da
mão-de-obra para o mercado de trabalho.