Dendroecologia de Cedrela fissilis (Vell.) na região de Santa Maria, RS
Abstract
Cedrela fissilis (Vell.) é uma espécie de crescimento considerável e apresenta alta qualidade de madeira, por isso, é uma espécie potencial para o manejo de florestas nativas.
Contudo, para o manejo adequado desta espécie é necessário o conhecimento de sua autoecologia e a dinâmica na floresta. Com intenção de contribuir com os avanços do manejo
florestal no Rio Grande do Sul, buscou-se avaliar a influência da morfometria (proporção de copa - Pc; índice de abrangência IA; grau de esbeltez Hd; índice de saliência-IS; Formal de copa Fc), do clima, da presença de lianas, do solo (granulometria) e da competição (densidade pontual de Spurr) no crescimento do cedro. Foram coletadas informações
referentes à: circunferência à altura do peito; altura total; altura comercial; altura de inserção de copa e oito raios de copa das árvores dominantes de cedro, além de informações
referentes às condições ecológicas de: densidade pontual de Spurr; presença e ausência de pedregosidade; posição no terreno; profundidade; presença de cipós e lianas e coletado
solo para a análise granulometrica. Os dados de incremento foram obtidos pela análise de duas baguetas, coletados com a utilização do trado de Pressler. As relações morfométricas,
de IA, Hd, IS, e o próprio Dap, e diâmetro de copa explicaram satisfatoriamente o incremento médio em área basal dos últimos anos. A relação hipsométrica e o índice de
abrangência foram correlacionados com medidas de competição. O crescimento não foi influenciado pela textura do solo. A presença de lianas influenciou na produtividade do
cedro, árvores com presença de lianas demonstraram produtividade inferior às demais. O crescimento foi influenciado pela precipitação de novembro/dezembro a abril. As árvores de cedro em condições livres e com menor concorrência foram mais aptas para as análises
dendrocronológicas. A metodologia proposta de correspondência de tendência de intervalo, para formação de série dendrocronológica média, foi mais eficiente que a metodologia de obtenção de série dendrocronológica média pelas maiores correlações entre as baguetas, pois a metodologia de correspondência de tendência de intervalo, além de incluir maior número de indivíduos na série dendrocronológica média, obteve maior correlação com a
precipitação do período de novembro/dezembro a abril, melhorando inclusive a correlação com relação a precipitação mensal, sendo correlacionado positivamente e significativamente com os meses de novembro, janeiro março e abril, pela correlação de postos de Spearman
ao nível de 0,05 de significância.