Fitossociologia do compartimento arbóreo da mata ribeirinha no rio Vacacaí, Rio Grande do Sul, Brasil
Abstract
O presente estudo objetivou analisar o compartimento arbóreo da mata ribeirinha no rio Vacacaí e investigar a relação das espécies com as características de solo e variáveis topográficas num gradiente ambiental. Também foram analisadas as guildas de regeneração, estratificação e dispersão para dois setores da comunidade arbórea. Para o levantamento da vegetação foi instalada uma parcela de um hectare, subdividida em 100 unidades amostrais (UA) de 10 x 10 m. Cada UA foi classificada em setor Terreno Alto (TA) ou Terreno Baixo (TB). As UAs que tinham boa drenagem foram consideradas em TA, totalizando 72 UAs, e onde havia possíveis evidências de perturbações ambientais, como inundações periódicas e elevação do lençol freático, foram classificadas em TB, perfazendo 28 UAs. Todos os indivíduos com diâmetro à altura do peito ≥ 5 cm foram inventariados. Em cada UA coletou-se amostras de solo e variáveis topográficas, como cota média e desnível. Para verificar as relações entre as variáveis ambientais e a distribuição de indivíduos arbóreos, empregou-se a análise de correspondência canônica (CCA). O levantamento registrou 1729 indivíduos arbóreos, pertencentes a 41 espécies, de 34 gêneros e 20 famílias. As espécies com destaque no Valor de Importância para o levantamento foram Actinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg. (51%), Sebastiania commersoniana (Baill.) L. B. Sm. & Downs (46,7%), Inga vera Willd. (31%), Pouteria gardneriana (A. DC.) Radlk. (29,7%) e Casearia sylvestris Sw. (21,3%), perfazendo 59,9% do total deste índice. A ordenação das UAs nos eixos da CCA indica a existência de um gradiente ambiental no qual existe uma mudança composição de espécies e na estrutura da vegetação. Apenas quatro variáveis foram significativas na CCA, cota média, desnível, pH e CTC. Deste modo, estas variáveis se destacaram como bons indicadores das variações florísticas e estruturais, sendo responsáveis, em parte, pela explicação da formação dos dois setores. Estes setores. Estes tiveram diferenças na riqueza, na estrutura e na composição das guildas e isto pode ser consequência de um processo histórico diferenciado de alterações ambientais em cada setor