Resíduos poliméricos: quantificação, caracterização, lavagem e tratamento do efluente gerado no processo
Resumo
Com a industrialização, o crescimento demográfico e os padrões de consumo da sociedade há o aumento da geração de resíduos sólidos, entre os quais destacam-se os resíduos poliméricos. Assim, a reciclagem surge como uma alternativa viável, porém para que esta seja efetiva é de suma importância a realização da lavagem desses resíduos, assim como, do tratamento do efluente gerado nesse processo. Diante disso, o principal objetivo deste estudo foi realizar a quantificação, a caracterização e lavagem dos resíduos poliméricos, bem como, tratar o efluente gerado no processo. Para a quantificação dos diferentes resíduos poliméricos foi realizada uma coleta de dados na Associação de Selecionadores de Materiais Recicláveis (ASMAR). Onde, também foram coletadas as embalagens de PEAD, PEBD e PP, que foram caracterizadas quanto ao seu grau de contaminantes e posteriormente foram utilizadas no processo de lavagem. O processo de lavagem foi desenvolvido em três etapas (pré-lavagem, lavagem e enxague), sendo utilizados diferentes produtos de limpeza. Quanto ao tratamento do efluente foi adotado um processo físico-químico, via coagulação/floculação, sedimentação, seguida ainda por filtração. Os seguintes coagulantes foram utilizados: quitosana em pó, quitosana diluída em ácido acético, tanino SG, tanino SL e sulfato de alumínio. Os resultados obtidos a partir da quantificação dos diferentes resíduos poliméricos coletados pela ASMAR demonstraram que as resinas mais representativas no ano de 2014 foram a de PEBD, com 33,87% e a de PEAD com 21,74%. Referente à caracterização dos resíduos poliméricos em função do seu grau de contaminantes foi possível verificar que as embalagens de PP e PEAD, apesar de serem provenientes de coleta seletiva ainda continham um elevado grau de contaminantes, diferentemente das embalagens de PEBD. Quanto ao processo de lavagem, foi possível averiguar que as três etapas desenvolvidas, consistem em uma sequência eficiente para obtenção de resíduos poliméricos limpos e próprios para posterior reciclagem. Além disso, a combinação de ácido sulfônico com lauril e hidróxido de sódio se mostrou mais eficiente que as demais condições testadas na etapa de lavagem. Quanto ao tratamento do efluente, os resultados indicaram que o uso do coagulante a base de sulfato de alumínio foi o mais eficiente na remoção da turbidez. Também se observou a importância da realização do processo de coagulação/floculação anteriormente à filtração. A partir dos resultados obtidos no processo de caracterização dos efluentes bruto e tratado foi possível verificar que o tratamento adotado é eficiente e adequado, uma vez que os valores de remoção para a maior parte dos parâmetros analisados foram superiores a 90%, inclusive a turbidez, os sólidos suspensos, fixos e voláteis chegaram a quase 100% de remoção. Portanto, o processo de lavagem adotado foi eficiente para obtenção de materiais poliméricos limpos e propícios à reciclagem e o método empregue para o tratamento do efluente também desempenhou uma excelente função, visto que possibilitou a obtenção de um efluente tratado com padrões de qualidade adequados, o que lhe confere segurança e confiabilidade para o seu reúso no processo de lavagem dos resíduos poliméricos.