As percepções dos agricultores que cultivam soja transgênica no município de Não-Me-Toque - RS, Brasil: um estudo de caso mediante metodologia Q
Resumo
O presente estudo de caso foi realizado no Brasil (Não-Me-Toque, RS) durante o primeiro semestre de 2004, para avaliar as principais razões que podem explicar porque os agricultores cultivam soja transgênica. A metodologia Q foi usada para identificar essas razões. Esta metodologia combina, numa forma única e inovadora, análise qualitativa (entrevistas em profundidade) e quantitativa (análise fatorial). Sete pessoas (técnicos extensionistas, pesquisadores e agricultores produtores de soja e soja transgênica) foram entrevistadas para desenvolver um conjunto de afirmações (32) a serem classificadas por uma pequena amostra composta de 32 produtores (etapas 1 e 2). A informação foi analisada e interpretada usando um pacote estatístico especial chamado PCQ (etapa 3). A principal razão para cultivar soja transgênica é que esta é eficaz no combate de Ervas Daninhas no Estado do RS, ao mesmo tempo reduz os custos de produção e não afeta os níveis de produção. Sua difusão não se deve à pressão das cooperativas ou associações de produtores, e muito menos, pelos meios de comunicação. A sustentabilidade da soja transgênica é vista em 3 níveis: ambiental (em forma controversa), legal e estrutural.