Influência do exercício físico sobre parâmetros de comportamento e estresse oxidativo em modelo animal de discinesia tardia
Fecha
2008-03-07Metadatos
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A atividade física praticada de maneira regular promove adaptações benéficas ao organismo, enquanto a inadequação do tempo e intensidade pode exceder a tolerância individual ao exercício gerando estresse oxidativo (EO). Estudos mostram esses efeitos em diversos órgãos como, por exemplo, coração e músculos, mas pouco se conhece sobre sua
ação e mecanismos em nível cerebral. Diversas doenças neurológicas e neurodegenerativas estão associadas ao EO e neurotoxicidade. Considerando esses aspectos, o primeiro objetivo desse estudo foi determinar a influência do exercício crônico moderado em modelo de EO induzido por reserpina em ratos. Os animais foram submetidos a sessões diárias de natação com aumento gradual no tempo de treinamento e, após oito semanas, receberam duas doses de solução de reserpina ou controle (1 mg/kg-sc) em dias alternados. Fez-se avaliação comportamental, eutanásia dos animais e retirada da região estriatal do cérebro para determinação enzimática e bioquímica. A reserpina aumentou a freqüência dos movimentos de mascar vazio (MMV) e o tempo de tremor facial (TF); aumentou a atividade da catalase e diminui os níveis de glutationa reduzida (GSH). O exercício preveniu parcialmente o TF e houve recuperação parcial nos níveis de GSH, mas não modificou os efeitos sobre a catalase e
MMV. Foi observada uma correlação positiva entre a atividade da catalase e o desenvolvimento de discinesia orofacial (DO), e uma correlação negativa entre GSH e DO. O segundo objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos de uma atividade física intensa sobre este mesmo modelo de EO. Os animais foram submetidos a onze semanas de natação (1 h/dia)
com aumento gradual na carga de treinamento até que essa atingisse 7% de seu peso corporal. Realizaram-se as avaliações de comportamento, eutanásia e retirada do estriado para análises. A efetividade do treinamento foi confirmada através dos níveis diminuídos de lactato sérico e
do desenvolvimento de hipertrofia cardíaca, observados nos animais exercitados. O exercício intenso reduziu a atividade locomotora e exploratória dos animais, demonstrando
desenvolvimento de estresse emocional. Na presença de reserpina, o exercício elevou a peroxidação lipídica (TBARS) e provocou aumento na atividade da catalase, cujos parâmetros
apresentaram correlação positiva. Com estes estudos se concluiu que a atividade física crônica de intensidade moderada foi capaz de melhorar as defesas antioxidantes nos distúrbios motores associados ao EO cerebral. Por outro lado, o exercício excessivo provocou alterações emocionais negativas e, quando na presença de um agressor adicional, modificou a capacidade antioxidante do cérebro, o que poderia agravar casos de doenças neurológicas e/ou
neurodegenerativas associadas a processos oxidativos.