Efeito genoprotetor in vitro de β-glucanas sobre linfócitos de frangos (Gallus gallus domesticus) expostos à aflatoxina B1
Date
2013-08-29Metadata
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A aflatoxina B1 (AFB1) é uma das principais micotoxinas que podem ser identificadas em alimentos, possuindo relevância agroeconômica e para a saúde pública, por ser considerada imunotóxica. Um sistema imune funcional é um requisito básico para uma vida saudável na produção moderna de animais. A interação envolvendo nutrição e imunidade é um fator estratégico para obter um bom desempenho em frangos de corte. Devido as suas atividades imunomodulatórias, substâncias como as β-glucanas proporcionam ao hospedeiro uma maior capacidade de resistir a infecções oportunistas. Para melhor compreender o mecanismo de ação das β-glucanas, sobre os linfócitos de frangos de corte, investigou-se os efeitos das concentrações de 0.1, 1 e 10% de β-glucanas derivadas do fungo Saccharomyces cerevisiae em linfócitos expostos a crescentes concentrações de AFB1 (0, 0.1, 1, 10, 20 μg/ml). Os linfócitos foram separados através do reagente de densidade Ficoll-Histopaque e cultivados em placas de 96 poços, contendo as concentrações de AFB1 e/ou β-glucanas em atmosfera de 5% de CO2 a 39°C durante 24, 48 e 72 h. A citotoxicidade celular foi avaliada através dos testes MTT e PicoGreen®, e a formação de espécies reativas de oxigênio (EROS) através do ensaio 2′-7′- diacetato diclorofluoresceína. Também foi utilizado o teste cometa para elucidar os danos ao DNA. A viabilidade celular reduziu na presença de 10 μg/ml de AFB1 em 48 h (p < 0.05) e em 10 and 20 μg/ml de AFB1 (p < 0.01 e p < 0.001, respectivamente) em 72 h quando comparada ao grupo controle. Além disso, as concentrações de AFB1 > 1 μg/ml aumentaram significativamente (p < 0.001) a liberação de fita dupla de DNA (dsDNA) e a produção de EROS em 24 h. Os danos causados ao DNA foram confirmados através do momento cauda do cometa e aumentaram cerca de 2,3 vezes em linfócitos expostos a 20 μg/ml de AFB1 quando comparados ao grupo controle. Por outro lado, as β-glucanas exerceram efeitos citoprotetores (p < 0.001), sendo que a concentração de 1% foi capaz de reverter os danos genotóxicos causados pela ação da AFB1. Já a concentração de 10% de β-glucanas aumentou significativamente (p < 0.001) a formação de EROS, potencializando a ação da AFB1. Em conclusão, este estudou evidenciou que a AFB1 e as β-glucanas exercem influência sobre o metabolismo oxidativo dos linfócitos e possui efeito potencializador dose-dependente. Os resultados também evidenciaram o efeito genoprotetor in vitro de β-glucanas em linfócitos de frangos expostos a AFB1, sendo a concentração de β-glucanas a 1% capaz de manter a integridade do DNA.