Teorias contextualistas em epistemologia
Abstract
Historicamente a epistemologia tem definido conhecimento como universal e infalível. Mas a tradição não deu conta de resolver de forma suficientemente satisfatória as questões
colocadas pelos céticos, tais como o questionamento da existência do mundo externo à mente, o argumento da ilusão e do erro, entre outros. Diante disso, reformulações no conceito de conhecimento têm sido admitidas, dando origem a novas abordagens em Epistemologia. Entre as novas abordagens propostas estão as teorias externalistas, sendo que o externalismo é a defesa de que aquele que crê não precisa ter acesso às razões que justificam suas crenças.
Além disso, algumas destas novas propostas defendem que o conhecimento é falível, e nossas crenças são anuláveis e revisáveis, ou seja, são teorias falibilistas. Dentre as novas teorias epistêmicas encontra-se o contextualismo. As teorias contextualistas apresentam uma série de formulações divergentes, mas todas concordam que conhecimento é relativo ao contexto em que está inserido e no qual é discutido. Os contextualistas acusam a epistemologia tradicional de ignorar os diferentes contextos em que há conhecimento, ao tomar como padrão um contexto epistemológico altamente rigoroso, que regula o conhecimento em qualquer circunstância. Segundo os defensores do contextualismo, o simples fato de considerar as diferenças contextuais já eliminaria o ceticismo. Este trabalho pretende mostrar que o contextualismo corresponde a uma nova forma de compreender o conhecimento em epistemologia e, para tal, reformula os principais conceitos da tradição. O contextualismo
compreende conhecimento de uma forma prática, defende que as normas sociais devem ser levadas em conta na epistemologia e, sobretudo, opõe-se às objeções céticas.