O filósofo e o éthos político na república de Platão.
Resumo
Esta dissertação se ocupa com o pensamento ético e político da Grécia clássica, mais
precisamente sobre o pensamento filosófico de Platão em a República. Ela se ocupa com a
tese segundo a qual os filósofos devem tomar parte no governo das cidades, ao modo como
consta em a República de Platão (473 d), em que Sócrates propõe aos demais personagens do
diálogo que os filósofos devem governar as póleis. Caso isso não ocorra, não haverá fim para
os males da humanidade, nem poderá vir à luz da existência uma cidade justa, tal qual eles
argumentam ao longo dos diálogos proferidos na República. Com efeito, na mais conhecida
obra de Platão, o grande desafio de Sócrates, o personagem principal do diálogo, é defender a
tese segundo a qual a justiça é um bem em si, o maior dos bens a quem a possuir na alma,
independente das consequências e das vantagens externas que possam advir da sua posse. A
defesa desse ponto de vista é o fio condutor, no qual se entrelaçam outros temas que, no
âmbito da filosofia de Platão, são necessários para sustentar que a vida do homem justo é a
mais feliz que há para se viver. É, em fim, a partir dessa defesa da justiça que é construído
ideal do filósofo, tido como o sábio platônico e como o homem mais justo e feliz.