Reconfigurações espaciais no oeste catarinense: considerações acerca do rural e do urbano (1917-2013)
Resumo
Pensar a respeito das reconfigurações espaciais na região Oeste de Santa Catarina, a partir da
contemplação do rural e do urbano, partindo do estudo das condições econômicas e políticas.
Contextualizar assim, as ações políticas responsáveis pelas transformações espaciais com base
no seu núcleo estrutural em termos de região, a cidade de Chapecó, considerada como a
Capital do Oeste . Perceber a emergência do rural e do urbano enquanto objeto de estudo e
de questionamento, tendo em vista a dinâmica de funcionamento em época de economia
global. Criada politicamente ao final da década de 1910, a região Oeste de Santa Catarina (a
qual tinha por nome sua maior cidade - Chapecó) foi à última região do estado a se fazer
presente politicamente e a ter, portanto, os limites consolidados. Nas próximas décadas, com
os desmembramentos que adviriam na região, a cidade de Chapecó continuaria exercendo
influência vital. No entanto, como processo transformador, a própria cidade criará bases
economicamente sólidas, tendo influência direta nas questões culturais, econômicas e
políticas de toda a região Oeste de Santa Catarina. Essa influência se dará primeiramente em
decorrência de se constituir como uma das poucas cidades brasileiras da época que tiveram
incialmente um planejamento e que, portanto, não cresciam ao acaso, desordenadas. Nesse
sentido, é possível observar que a consolidação da cidade física/material e seu entrelace
econômico/político perpassam as relações concisas da própria cidade e estão interconectados
ao meio rural. No crescimento dessa cidade consolidada, a relação urbana se tornará a solda
entre as modificações espaciais. O urbano também é colocado, portanto, como processo
transformador e é considerado variável na relação que exerce sobre a cidade, que igualmente
se mostra variável em relação ao processo urbano. O rural é modificado, melhorado e
transformado, não como modo secundário, mas como forma contida nas próprias
especificidades. Não é o meio rural dependente da cidade, assim como não é a cidade
crescente, exclusivamente aos lapsos do meio rural, visto que cada um exercerá sua própria
modificação e tais alterações trarão na essência a transfiguração modificadora da população
chapecoense. Nesse sentido, a cidade não é o resultado das inovações, da modernidade ou do
crescimento pelo qual Chapecó está passando em quase um século de existência, ela é um dos
resultados. Deve-se considerar, ainda, que ela é mutável, tanto no aspecto físico/técnico
quanto na cotidianidade. O rural também é mutável e, para entender a cidade, seu
planejamento e ordenamento produção espacial -, o diálogo com o rural se torna essencial.