Os programas de transferência de renda do Brasil e do Uruguai e as organizações internacionais
Fecha
2008-03-24Metadatos
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Os programas de transferência de renda para o combate à pobreza, adotados pelos governos do Brasil e do Uruguai, como reprodução do poder econômico, ideológico e político neoliberal, articulados pelas organizações internacionais, com
destaque às Cúpulas das Américas compõem o objeto do presente estudo. O objetivo da investigação é contribuir para o debate sobre os rumos da esquerda na América Latina diante da pobreza e sua estreita relação com a adoção de medidas pontuais e focalizadas que caracterizam a política social no atual modelo de acumulação capitalista. O conteúdo interpretativo baseia-se no pensamento de tradição marxista e o marco teórico que sustenta este estudo é composto por
cientistas políticos, historiadores e pesquisadores, que a partir de uma perspectiva teórico-crítica problematizam a atuação dos governos de esquerda na implementação desses programas, focalizando a América Latina e seus desafios de
integração. Para analisar e interpretar a influência, reprodução e a manutenção dos princípios programáticos conservadores no cumprimento dos pactos internacionais e
dos compromissos eleitorais, nos governos de esquerda do Brasil e do Uruguai, recorreu-se à análise das Declarações e Planos de Ações das Cúpulas das Américas e dos Programas de Governo do Brasil (Coligação Lula de novo com a
força do povo) e do Uruguai (Frente Amplia) e utilizou-se o método de Análise de Conteúdo, (MORAES, 1999), dos planos de ações das Cúpulas das Américas (OEA) e dos programas de governo do Brasil e do Uruguai. Foram selecionadas categorias,
classificadas pelas dimensões econômicas, políticas e sociais, as quais estabelecem relações diretas com base em critérios semânticos e sintáticos, cuja descrição parte do conjunto de significados presentes nas diversas unidades de análise (MORAES, 1999). Através dessa metodologia e do aprofundamento de análise dessas unidades, relaciona-se os programas de transferência de renda para o combate à
pobreza, adotados pelos governos do Brasil e do Uruguai, com a influência do poder econômico, ideológico e político neoliberal como também sua utilização para captar
recursos internacionais. Propõe-se que o debate sobre programas de transferência de renda adotados pelos governos de esquerda do Brasil e Uruguai supere os limites da divergência entre modelos capitalistas e a concepção da pobreza desvinculada das relações objetivas de produção e de concentração de renda.