Romeiros e peregrinos na romaria de Santo Antão: o povo da cruz rumo a salvação latino-americana
Fecha
2008-01-21Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Por volta de 1848, segundo o contexto messiânico do sul do Brasil no século XIX, e conforme a realidade e características dos movimentos rústicos sertanejos, iniciou-se em
Campestre, Santa Maria, RS, um movimento messiânico encabeçado pelo asceta João Maria de Agostinho, o santo monge ou solitário eremita de Campestre e Botucaraí. João Maria foi homem versátil. Sua atuação se encontra a meio caminho entre a astúcia tática para empreender e a simplicidade rústica da sua pessoa. Era leigo, ermitão e caminhante. Foi um racionalista tanto no que se refere a seu modo de vida pessoal, quanto no que norteia as atitudes cotidianas práticas e morais dos fiéis. O anacoreta estabeleceu no local o culto a Santo Antão, legou aos fiéis um documento intitulado Aos do Campestre , onde escolheu os seus sucessores e instituiu a Romaria ou festa de Santo Antão. A partir de então, a população passa a conduzir o evento religioso. Baseou-se o estudo da Romaria em três fases: crescimento, de 1848 a 1900; auge, de 1900 a 1930; e consolidação, de 1930 aos dias atuais. Em todos os momentos da sua história, tratou-se de um evento popular, com diferentes grupos sociais envolvidos. O trabalho analisou alguns elementos que informam sobre quem são os
romeiros de Santo Antão. Saber por que a população se integra ao culto foi intuito pelo qual se procedeu ao estudo do evento. Também se analisou amplamente as diversas formas em que o religioso, o social e o pragmático se manifestam na Romaria, através dos processos de memória, representações, reinterpretações, da ação e da cultura. Estudou-se a importância do sacrifício, da via sacra, do Cerro do Campestre, da água, da imagem, da paisagem, do
monge , do Santo e de Deus para os devotos. Tentou-se entender o significado da idéia de festa de Santo Antão e se considerou todos os ritos e cultos que se pôde observar durante a semana do evento. Intuiu-se conhecer de que forma e por qual motivo o profano se integra ao sagrado e vice-versa. Partiu-se de um ponto de vista histórico, antropológico e cultural que dá visibilidade aos romeiros, peregrinos, moradores do lugar e clero, com destaque à versão da população que ingressa na Romaria. Valorizou-se as diferenças entre os devotos e o clero. Enfim se atentou para os problemas sociais que possam ter oferecido conjuntura histórica ao movimento, para a diversidade da Romaria, para o caráter coletivo das relações humanas e religiosas e para a idéia de que o homem deve ser valorizado antes de qualquer outro projeto.
Colecciones
Ítems relacionados
Mostrando ítems relacionados por Título, autor o materia.
-
Visões da escravatura na América Latina: Sab e Úrsula
Andreta, Bárbara Loureiro (2016-12-05)O presente trabalho tem como objetivo comparar os romances abolicionistas de duas autoras do século XIX, a saber, Úrsula, da brasileira Maria Firmina dos Reis e Sab, da cubana Gertrudis Gómez de Avellaneda, a fim de verificar ... -
O neo-populismo na America Latina: o caso da Venezuela
Rosa, Renato Nascimento da (2008-01-17)Esta monografia tem como objetivo discutir a atualidade política da América Latina, tendo como base de estudo o Governo de Hugo Chávez da Venezuela, este por sua influencia, em outros paises, e sua forma de governar. O ... -
Literatura greco-latina
Oliveira, Raquel Trentin (2013)A disciplina de Literatura Grego-Latina estuda textos fundamentais que estão na base da formação do cânone literário ocidental: a epopeia e a tragédia da antiguidade grega e latina. Estudaremos textos épicos e dramáticos ...