Avaliatividade: estratégia discursiva na representação de atores sociais
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2009-03-27Metadatos
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Este estudo parte do pressuposto de que a linguagem, quando posta em ação, propicia não só a expressão das experiências de mundo de um sujeito, mas também a construção de representações desse mesmo sujeito e de outros. Uma vez que entendemos que práticas discursivas são capazes de projetar identidades, optamos por investigar a elaboração de versões da realidade expressas no discurso
de artigos de opinião do jornalista Diogo Mainardi quando este representa o presidente Lula, o Partido dos Trabalhadores e o governo Lula. Buscamos, na verdade, responder à seguinte pergunta: como o jornalista Diogo Mainardi realiza
linguisticamente a representação do ator social Lula, de seu partido e governo? A resposta a esta questão básica passa também pela constituição do ethos discursivo do autor. Assim, examinamos, neste trabalho, as diversas operações lingüísticas que Mainardi mobilizou para construir a imagem de si próprio e do representante maior da hierarquia política brasileira. Usamos, como pressupostos teóricos, a teoria
da Avaliatividade de Martin e White (2005), a teoria de representação dos atores sociais proposta por van Leeuwen (1997) e o sistema de transitividade com base em Halliday & Matthiessen (2004). O processo de construção do ethos foi investigado através de pesquisas apresentadas por Amossy (2005). Os resultados da análise mostraram posicionamento e julgamento negativos de Mainardi em relação aos atores de quem buscamos a representação. Detectamos a predominância de julgamentos de estima social por capacidade, nas representações do presidente Lula, e a predominância de julgamentos de sanção social por propriedade nas representações daqueles que fazem parte de seu governo. Concluímos, com isso, que a maneira pejorativa com que Mainardi representa Lula não passa de implicância pessoal e, que, portanto, não devem ser relevadas em termos de avaliação da conduta do presidente, e tampouco da construção de sua identidade.