À margem em The bluest eye, de Toni Morrison: negritude, identidade e crítica social
Abstract
A ficção contemporânea norte-americana (Afro-americana) apresenta preocupações referentes à identidade dos Afro-americanos. Há uma necessidade de, através do texto literário, estabelecer um diálogo com os mitos históricos e modelos legados pela tradição dos escravos vindos de África. O objetivo desse trabalho é analisar de que maneira, através da composição das personagens e através do olhar da
narradora-testemunha, são apresentados e discutidos questionamentos acerca da construção de uma identidade Afro-americana, e como se percebe, no romance The
Bluest Eye, (1970), a retomada da discussão acerca da noção de negritude . Um dos interesses nesta análise foi o de perceber como a opressão é exercida sobre uma comunidade negra estabelecida no norte dos E.U.A. As questões de negritude e identidade Afro-americanas são estabelecidas na ficção morrisoniana através da voz da narradora-testemunha que constrói um ponto de vista crítico sobre a sociedade branca norte-americana e sobre a própria comunidade negra, que em muitos sentidos, passa a reduplicar o olhar preconceituoso lançado sobre si mesma e sobre seus membros. E também, através da caracterização da personagem principal, Pecola. The Bluest Eye é o primeiro romance publicado por Toni Morrison e constitui-se como um relato de vivências de Claudia, a narradora-testemunha, e
como a representação social e cultural de uma dada comunidade, em um dado momento sócio-histórico. Para efetuar a análise, fez-se necessário estabelecer conceitos de identidade cultural, negritude, subjetividade e história (Afro) americana, levando em consideração a ficcionalidade e o discurso.