O servidor público no discurso argumentativo dos jornais O Globo e O Estado de São Paulo nos últimos 30 anos
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Data
2020-03-27Primeiro membro da banca
Storch, Laura Strelow
Segundo membro da banca
Ribeiro, Daiane Bertasso
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A inquietação que nos move nesta pesquisa é entender como o jornalismo vem construindo, nos últimos 30 anos, seu discurso sobre os servidores públicos. Nosso objetivo geral é analisar as estratégias argumentativas acionadas no discurso dos jornais O Globo e O Estado de São Paulo para elaborar uma narrativa acerca dos servidores públicos. Entendemos o jornalismo como um ator social que toma parte no processo argumentativo, pois, ao sugerir recortes da realidade e revesti-los de sentidos, não apenas apresenta-nos uma visão das coisas, mas nos convoca a partilhar de sua visão. Toda enunciação carrega em si uma intencionalidade e, consequentemente, elenca determinadas estratégias a fim de satisfazê-la. Conservamos o pressuposto de que ao lançar mão de estratégias argumentativas, o jornalismo constrói uma narrativa estereotipada sobre o servidor público e apresenta sua percepção de Estado mínimo e de corte neoliberal. As 38 matérias selecionadas para compor nosso corpus de pesquisa foram submetidas a um protocolo de análise ancorado em estratégias propostas por Amossy (2016) e Charaudeau (2015b; 2016). A partir da aplicação do protocolo, foi possível apreendermos o uso das estratégias argumentativas de consequência, regra de justiça, dramatização, singularização, essencialização, enunciação delocutiva e metáfora. Nas considerações finais, apontamos para a existência de um único tempo narrativo com relação aos servidores públicos nos últimos 30 anos. Um tempo marcado pela estereotipia e por um alinhamento crescente do discurso jornalístico com o discurso político, ambos mobilizando estratégias para aproximar os servidores públicos de adjetivos como "privilegiados" e "onerosos".
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