Influência da dose de cetamina e da pioglitazona em sintomas tipo-esquizofrenia e marcadores bioquímicos em camundongos
Visualizar/ Abrir
Data
2023-10-31Primeiro membro da banca
Ávila, Daiana Silva de
Segundo membro da banca
Machado, Alencar Kolinski
Terceiro membro da banca
Rocha, João Batista Teixeira da
Quarto membro da banca
Oliveira, Sara Marchesan de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A esquizofrenia é uma doença mental grave caracterizada por sintomas positivos, negativos e cognitivos, cuja etiologia não está totalmente elucidada, sendo os sintomas cognitivos de difícil tratamento. A cetamina é um antagonista não competitivo do receptor NMDA usada para causar sintomas tipo-esquizofrenia em modelo pré-clínico em roedores. Porém, a literatura não apresenta uma dose específica para reproduzir a tríade de sintomas tipo-esquizofrenia, sendo as doses utilizadas nos estudos amplamente variáveis. A pioglitazona é um agonista do receptor PPAR-γ utilizada no tratamento do diabetes tipo II com efeitos promissores em modelos experimentais de déficit cognitivo. Portanto, o primeiro objetivo deste estudo foi investigar os efeitos de diferentes doses de cetamina sobre sintomas tipo-esquizofrenia e, se esses efeitos estão relacionados a alterações na imunorreatividade de GAD67, TH e PPAR-γ em estruturas cerebrais. Camundongos machos receberam cetamina (20-40 mg/kg) ou seu veículo por via intraperitoneal durante 14 dias consecutivos. O comportamento estereotipado, o tempo de imobilidade no teste de nado forçado e a atividade locomotora após 7 ou 14 dias foram quantificados. Além disso, foram realizadas análises ex vivo da imunorreatividade de GAD67, TH e PPAR-γ, em tecido cerebral ao final do período experimental. O tratamento com cetamina por 14 dias aumentou o tempo de limpeza da região do focinho em todas as doses testadas, o tempo de imobilidade no nado forçado (30 mg/kg) e diminuiu o número de levantamentos durante a avaliação do comportamento estereotipado (40 mg/kg) sem alterações na atividade locomotora. A imunorreatividade da GAD67 e TH correlacionaram-se positivamente com o número de levantamentos durante comportamento estereotipado, em 20 e 30 mg/Kg, respectivamente. A GAD67 correlacionou-se positivamente com o número de levantamentos no teste de campo aberto na dose de 20 mg/kg. A TH foi inversamente correlacionada com o tempo de imobilidade no teste de nado forçado na dose de 30 mg/kg. O PPAR-γ foi inversamente correlacionado com o número de episódios de comportamento estereotipado (limpeza e roer unhas) com 40 mg/kg. Assim, o segundo objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da pioglitazona nos sintomas semelhantes à esquizofrenia induzidos pela cetamina em camundongos e, se as alterações na atividade da monoaminoxidase (MAO), na imunorreatividade do GAD67, do PPAR-γ ou da TH são alteradas pelos tratamentos. Camundongos machos receberam cetamina (30 mg/kg) por via intraperitoneal durante 14 dias consecutivos. Do dia 8 ao dia 14, subgrupos de camundongos receberam pioglitazona (3 ou 9 mg/kg) por gavagem. A cetamina reduziu o roer unhas no dia 8, sem efeitos após 14 dias de tratamento. Além disso, a cetamina diminuiu o percentual de investigação e o índice do teste de reconhecimento de objeto novo, bem como a imunorreatividade da GAD67 no hipocampo. Na interação social, teste do labirinto em Y e atividade locomotora, bem como, imunorreatividade da GAD67, TH e atividade da MAO (no córtex e estriado), não foram encontradas alterações significativas em comparação ao grupo controle. Concluindo, alterações comportamentais induzidas pela cetamina parecem depender da dose e são moduladas, pelo menos em parte, por TH, GAD67 e PPAR-γ. No entanto, a pioglitazona teve apenas efeitos parciais neste modelo.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: