Detecção e identificação molecular de espécies de Sarcocystis em tecidos de animais e sua importância em saúde única
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Data
2024-03-21Primeiro membro da banca
Rodrigues, Fernando de Souza
Segundo membro da banca
Camillo, Giovana
Terceiro membro da banca
Gressler, Lucas Trevisan
Quarto membro da banca
Dalla Rosa, Luciana
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O gênero Sarcocystis apresenta distribuição mundial, ciclo heteroxeno, com três espécies conhecidamente zoonóticas: Sarcocystis suihominis, Sarcocystis heydorn e Sarcocystis hominis, enquanto que Sarcocystis bertrami é relatado causando intoxicação alimentar em humanos que consomem carne crua de cavalos. No Brasil, se tornou comum o consumo de carne de javalis, fauna exótica invasora com caça legalizada como forma de controlar sua superabundância, esses animais além de atuarem como hospedeiros intermediários de S. suihominis e S. miescheriana podem albergar demais espécies ainda não documentadas. Adicionalmente não é típico no Brasil o consumo de carne de cavalos, porém, o país é exportador dessa proteína aos países consumidores asiáticos e europeus. No entanto, dados de identificação e ocorrência de Sarcocystis spp. que infectam esses animais são escassos. Dessa forma no artigo 1 investigamos a presença de Sarcocystis spp. em 108 amostras de tecidos de 24 cavalos do Estado do Rio Grande do Sul. Cistos teciduais microscópicos foram observados em três amostras de língua e esôfago de dois animais. Amostras de DNA dos cistos e de todos os tecidos foram submetidas a Nested-PCR amplificando a região 18SrRNA e os produtos obtidos submetidos ao Polimorfismo de Comprimento de Fragmentos de Restrição (RFLP) utilizando enzimas DdeI e HpaII. DNA de Sarcocystis spp. foi detectado em 67,6% (73/108) das amostras e em 91,7% (22/24) dos animais amostrados. Os tecidos com maior frequência de detecção foram: diafragma 92,3% (12/13), músculo glúteo 77,2% (17/22) e esôfago 66,7% (4/6). No RFLP, Sarcocystis spp. foi detectado em 21 tecidos de 11/22 equinos, e os cistos, identificados por sequenciamento de nucleotídeos como S. bertrami. S. neurona foi detectado em 11 amostras de 7/22 animais, com coinfecção em 5/22 casos. Essa alta taxa de detecção indica a circulação preocupante do protozoário, especialmente de S. bertrami, encontrado em todos os tecidos. Posteriormente, no artigo 2, na busca por espécies zoonóticas e diante da importância do consumo de carne de javalis no Brasil, um segundo estudo foi conduzido, considerando também suínos criados extensivamente. Nesse foram avaliadas molecularmente 210 amostras, deste total, 67 foram positivas para Sarcocystis spp., representando 31,9% do total de amostras. Deste total 55 (82,1%) foram identificadas por PCR-RFLP, utilizando a enzima SspI, como S. miescheriana e 8 (11,9%) como S. suihominis. Além disso, como contaminantes S. cruzi e S. hominis foram detectados em 3% das amostras de embutidos. Todas as espécies foram confirmadas por sequenciamento de nucleotídeos. No artigo 3, como citado anteriormente, javalis podem atuar como possíveis hospedeiros de espécies ainda não documentadas circulando em seu organismo. Assim, descrevemos a detecção molecular de Sarcocystis neurona em tecidos de javalis abatidos na fronteira Brasil Uruguai. Foram utilizadas 79 amostras de DNA submetidas a reações de Nested-PCR com amplificação da região 18SrRNA e posterior PCR-RFLP com as enzimas DdeI e HpaII, 32 amostras foram positivas correspondendo a 40,51% do total avaliado, a confirmação também foi realizada com amplificação da região ITS1 e sequenciamento. Entretanto, são necessários mais estudos sobre o papel desses animais como possíveis hospedeiros e fatores de risco para transmissão aos animais domésticos.
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