Prospecção de microrganismos para o controle de insetos-praga nas culturas da soja e do algodão
Visualizar/ Abrir
Data
2024-02-01Primeiro coorientador
Zabot, Giovani Leone
Primeiro membro da banca
Mazutti, Márcio Antônio
Segundo membro da banca
Guedes, Jerson Vanderlei Carús
Terceiro membro da banca
Dallago, Rogério Marcos
Quarto membro da banca
Mossi, Altemir José
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A ocorrência de insetos-praga em culturas de alto valor econômico afeta diretamente o as plantas e o rendimento de grãos. Este cenário conduziu à investigação em massa de produtos químicos que contornem estas adversidades e protejam o potencial de controle. Entretanto, ao longo dos anos, constatou-se uma exploração intensa deste tipo de estratégia, ocasionando em altos custos de produção, geração de resíduos prejudiciais ao meio ambiente e resistência dos insetos-alvo. A adoção de práticas, inovadoras como a formulação e produção de produtos de origem microbiana é uma alternativa econômica e sustentável permitindo redução de riscos de contaminação ambiental, humana e animal. O objetivo deste estudo foi prospectar microrganismos com efeito bioinseticida, por meio de bioscreening, para o manejo de insetos-praga nas culturas da soja e do algodão. Inicialmente, foram coletados insetos mortos em áreas de produção cujo controle de espécies invasoras não foi executado. Posteriormente, as amostras obtidas foram esterilizadas superficialmente com etanol 70%, solução de NaOCl a 0,5% e água esterilizada em três lavagens consecutivas, por 3 minutos cada. Prontamente, os insetos foram rapidamente dispostos em placas de Petri com 25 mL de solução de Ágar Batata Dextrose (BDA) para verificar se houve, ou não, crescimento microbiano. Ainda, as placas de Petri foram dispostas em estufa incubadora a 25 ºC por uma semana. Subsequentemente, os microrganismos isolados foram conduzidos ao processo de fermentação submersa, a 28 ºC e 120 rotações por minuto (rpm), por sete dias. O produto fermentado foi filtrado com o auxílio de bomba a vácuo e disposto a sucessivas centrifugações a 3200 x g por 10 minutos. Os caldos biológicos foram utilizados para aplicação em insetos-praga para se testar a toxicidade potencial. Os insetos-praga utilizados como referência para o controle foram: Euschistus heros (percevejo-marrom-da-soja), Anticarsia gemmatalis (lagarta-da-soja), Helicoverpa armigera (lagarta-do-velho-mundo), Chrysodeixis includens (lagarta-falsa-medideira), Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho), Spodoptera eridania (lagarta-das-vagens), Helicoverpa zea (lagarta-da-espiga-do-milho), Spodoptera cosmioides (lagarta-preta-da-soja) e Elasmopalpus lignosellus (lagarta-elasmo). Um total de 163 microrganismos foram obtidos a partir da estratégia de bioscreening. Um total de 50 microrganismos foram pré-selecionados com base nas taxas de mortalidade (%) dos insetos-praga. Após, os melhores resultados para cada espécie de inseto-praga foram obtidos através de um modelo log-logístico de dois parâmetros com distribuição binomial, com base nos dados de mortalidade. Com base no modelo e em uma prévia classificação em nível de gênero das espécies, foram obtidos oito microrganismos potenciais, em que cinco foram classificados como fungos (FT4.1.1, A6.1, OL1, C7 e MI5) e três, bactérias (BR7, P1 e BR3.2). Ainda, foram realizadas diluições dos caldos fermentados de cada microrganismo (n ×10-5, n ×10-6, n ×10-7, e n ×10-8 esporos mL-1). A mortalidade foi máxima (100%) para H. zea e E. heros. Outros resultados promissores foram indicados no controle de A. gemmatalis e C. includens (até 87,5%) e E. lignosellus (até, aproximadamente, 83,5%). Para H. armigera a mortalidade atingiu 75%. O isolado de fungo A6 foi identificado com base na sequência ITS como Talaromyces piceae. Os fungos C7, CL1 e M15 também foram identificados como T. piceae, porém com base na sequência do gene ribossomal 28S. Da mesma forma, o isolado FT4.1.14 foi identificado como T. piceae com base na sequência do gene da beta-tubulina.Dentre as bactérias, com base no sequenciamento do gene ribossomal 16S, o isolado BR3.2 foi identificado como Lysinibacillus fusiformis, o isolado BR7 como Paenibacillus ottowii e o isolado P1 como Clostridium sphenoides. Desta forma, considerou-se que os resultados obtidos são relevantes para a comunidade científica por fazerem parte de uma linha de pesquisa de fronteira do conhecimento e, especialmente, são interessantes para empresas que estão atuando neste ramo no cenário agrícola.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: