Atividade da curcumina livre e nanoencapsulada in vitro e in vivo sobre ratos infectados experimentalmente com Trypanosoma evansi
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade tripanocida da curcumina livre (C-L) e curcumina nanoencapsulada (C-N) contra o Trypanosoma evansi in vitro e in vivo, e sua atividade antioxidante in vivo. Os testes in vitro foram realizados em meio de cultura contendo T. evansi, utilizando-se oito concentrações de C-L (100, 75, 50, 25, 12,5, 6,25, 3,12, 1,56 e 0,78 mg.kg - 1) e quatro concentrações de C-N (100, 75, 50, 25 mg.kg/L- 1). Em 1, 3, 6, 9 e 12 horas após a incubação, a contagem de parasitas vivos foi realizada em câmara de Neubauer. Através dos testes in vitro, foi possível observar a morte de todos os tripanossomas tratados com C-L um hora pós-incubação (PI), exceto em concentrações inferiores a 6,25 mg.kg - 1. Tripanossomas móveis tratados com C-N foram observados até a terceira hora PI, exceto na concentração mais elevada. Para realização dos ensaios in vivo, foram utilizados 54 animais divididos em 8 grupos (A, B, C, D, E, F, G e H), sendo esses: grupo A (não infectados e tratados com solução salina), B (não infectados e tratados com C-N), C (infectados com T. evansi e tratados com nanocápsulas brancas-sem curcumina), D (infectados com T. evansi e tratados com DMSO), E (infectados com T. evansi e tratados com solução salina), F (infectados com T. evansi e tratados com C-N a uma dose de 10mg/kg), G (infectados com T. evansi e tratados com C-L a uma dose de 10 mg.kg) e H (infectados com T. evansi e tratados com C-L a uma dose de 100 mg.kg). Este estudo pode verificar que os animais tratados com curcumina mostraram uma menor parasitemia em relação aos animais não tratados. Animais infectados apresentaram um aumento de nitritos / nitratos e de peroxidação proteica, logo os animais infectados que receberam tratamento a base de curcumina apresentaram uma redução destes parâmetros. Os grupos infectados tratados com curcumina exibiram uma redução nos níveis de ALT e de creatinina em relação ao grupo de controle positivo. Conclui-se que C-L e C-N, apresentam atividade tripanocida in vitro, porém a curcumina em sua forma livre apresenta-se mais efetiva. Nos testes in vivo, foi observado controle da parasitemia nos grupos tratados e uma possível ação hepatoprotetora e nefroprotetora da curcumina, que pode estar relacionada também com a ação antioxidante do fitoquímico, comprovada em nosso estudo.