Hipofosfatemia e hiperglicemia no desmame de pacientes em ventilação mecânica na UTI
Resumo
Pacientes críticos apresentam alterações importantes na função respiratória e frequentemente necessitam de ventilação mecânica (VM), como também podem apresentar distúrbios eletrolíticos e complicações como hipofosfatemia e hiperglicemia, as quais aumentam a necessidade e o tempo do suporte ventilatório. A hipofosfatemia manifesta-se em fraqueza muscular e insuficiência respiratória, e a hiperglicemia é preditor de VM prolongada, complicações infecciosas e mortalidade. Assim, esse estudo tem como objetivo determinar se baixos níveis de fósforo e altos níveis de glicose são preditores de risco para o sucesso do desmame ventilatório dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), visto a importância clínica dessas variáveis. O trabalho caracteriza-se como um estudo observacional e longitudinal, realizado na UTI do HUSM com amostra constituída de 18 adultos de ambos os sexos internados em VM. Os prontuários dos pacientes foram acompanhados para a coleta de dados, e os níveis séricos de fósforo e glicose foram obtidos através de amostras de sangue coletadas pela manhã. As variáveis foram expressas em média e desvio padrão, e foi utilizado o Teste t de Student e o teste de correlação de Pearson para as análises. No total foram realizadas 25 tentativas de desmame, as quais 13 resultaram em sucesso do desmame e 12 no fracasso. Os níveis de fósforo nos momentos de falha e sucesso do desmame foram 3,25 ± 1,0 mg/dL e 3,61 ± 0,7 mg/dL, enquanto que os níveis de glicose foram 146,08 ± 44,6 mg/dL e 149,92 ± 61,0 mg/dL, respectivamente. Não houve significância estatística nas comparações entre fósforo e glicose com a falha e sucesso do desmame. Já as associações entre os níveis de fósforo e glicose e concentração de leucócitos foi estatisticamente significante, sendo a primeira positiva e a segunda negativa. Não foi encontrada significância estatística na comparação entre os níveis de fósforo e glicose com o desfecho do desmame ventilatório, ressaltando que os mesmos não são preditores de sucesso do desmame em pacientes críticos.
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