Percepção sobre a arborização urbana no Bairro Camobi, Santa Maria - RS: estudo de um caso
Abstract
O presente trabalho teve por objetivo a realização do estudo da percepção ambiental e da relação dos
moradores de 3 Vilas do Bairro Camobi (Santos Dumont, Assunção e Estação Colônia) sobre a arborização urbana
no município de Santa Maria, RS, nas referidas vilas e apontar os principais anseios e conflitos dos moradores
quanto à questão, indicando metas para melhoria da problemática, através de um sistema participativo. A
metodologia empregada para realização do estudo baseou-se em um questionário contendo questões objetivas e do
tipo aberta. A aplicação dos questionários foi realizada por amostragem sistemática, a cada três residências, com
exceção da Vila Santos Dumont, com um intervalo de 5 residências. Foram realizados os seguintes questionamentos:
número de moradores por residência, grau de escolaridade, grau de arborização da rua, vantagens e desvantagens
apresentadas pela arborização, encaminhamento de necessidades a órgãos públicos e privados referentes à
implantação e manutenção da arborização, forma de colaboração por parte dos moradores para a manutenção e
melhoria da arborização e indicação de espécies desejadas para implantação nas vias públicas. Foi solicitada também
a valoração econômica atribuída pelo morador a arborização pelo método de valoração contigente. A principal
função da arborização urbana para a população do Bairro Camobi, vem no sentido de melhoria do conforto
ambiental, pela redução do calor (52,7%) e produção de sombra (81,1%) nos meses de temperaturas mais elevadas,
porém, ainda se tem uma percepção muito intrínseca nos moradores, da árvore ser mais um elemento do mobiliário
urbano, com funções de abrigo (do calor) do que um elemento natural, fundamental na manutenção da
sustentabilidade da cidade e aproximação do homem com o meio natural, pois a principal desvantagem ressaltada foi
a sujeira provocada pelas folhas e frutos nas ruas e calçadas (28,8%). O valor atribuído a arborização urbana pelos
moradores das Vilas estudadas variou na faixa monetária de R$ 1,00 a 5,00 anuais, com exceção da Vila Assunção,
onde 100% dos entrevistados alegaram contribuir na forma de responsabilização pelo plantio e manutenção.
Necessita-se da criação de um setor de arborização urbana na Secretaria de Proteção Ambiental, com um quadro fixo
de técnicos especializados para atendimento dos questionamentos ao público quanto à temática, assim como uma
maior responsabilização das companhias de energia elétrica e telefônica em contratar empresas terceirizadas
especializadas nos serviços de arborização urbana e também que estas empresas possuam técnicos para o
atendimento à população em geral. Delimita-se como prioridade a criação de um programa de orientação técnica à
população do bairro quanto aos assuntos de plantio, poda e manutenção, visando sanar equívocos realizados pelos
moradores, por falta de conhecimento no assunto, e também um programa de educação ambiental junto a
comunidade sobre a importância da arborização urbana para a melhoria da qualidade de vida e higidez ambiental nos
centros urbanos, sendo que neste sentido a realização de parcerias entre Prefeitura Municipal, Universidade e
Companhias de Energia e Telefonia trariam grandes resultados. Além destes aspectos deve-se, dentro do programa
de educação ambiental, abordar a importância da divulgação da implantação de espécies da flora nativa, para a
manutenção da biodiversidade animal no Bairro e nos morros adjacentes.
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- Educação Ambiental [191]