Indicadores de perda de solo espacializados como ferramenta de apoio à decisão para gestão ambiental integrada de bacias hidrográficas
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2017-02-23Metadatos
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Com intuito de minimizar a degradação do solo (natural ou antrópica), têm-se buscado alternativas que visem o desenvolvimento econômico aliado ao desenvolvimento sustentável. Para produzir sem destruir, é preciso dentre muitas coisas conhecimento e planejamento. O estudo do potencial de erosão com a finalidade de diagnosticar áreas mais suscetíveis a perdas de solo (atual e potencial) em bacias hidrográficas pode auxiliar no planejamento de medidas preventivas de proteção do solo e dos recursos naturais, evitando prejuízos ao ambiente e às atividades humanas. Este estudo objetivou avaliar o uso do Equação Universal de Perda de Solo (USLE) espacializado como indicador de perda de solo e de suscetibilidade de áreas à erosão potencial; verificar quão sensível é a resposta do modelo ao cálculo da erosividade da chuva e à incerteza nos valores dos parâmetros do modelo em diferentes cenários de uso da terra; bem como propor uma metodologia para uso da ferramenta no apoio a decisão em gestão ambiental integrada de bacias hidrográficas. O modelo de cálculo da perda de erosão potencial utilizadofoi baseado na Equação Universal de Perda de Solo (USLE) de Wischmeier e Smith (1978), com o auxílio de um Sistema de Informação Geográfica, o software ArcGis 10.2.1, onde os fatores de solo, pluviosidade, relevo, uso do solo e práticas conservacionistas foram espacializados para toda área de drenagem da bacia. A área de estudo localiza-se na Bacia Hidrográfica do Rio Ibicuí, nas coordenadas geográficas 29°00’ e 29°30’ de latitude Sul e 53°39’ e 54°06’ de longitude Oeste e com área de drenagem de 1541,9 km2. Insere-se na zona de transição entre Depressão Central e o Planalto Sul-Riograndense caracterizada por solos rasos a muito profundos, com predominância de Neossolo U.M. Guassupi (48,9%), com relevo plano a forte montanhoso, sendo drenada pelo Rio Toropi e Guassupi, que engloba os municípios de Tupanciretã, Quevedos, Júlio de Castilhos e São Martinho da Serra. As perdas de solo foram calculadas para a situação de uso atual do solo da bacia, bem como para os 32 cenários elaborados, com combinações de diferentes equações para cálculo do Fator R (Rufino et al., 1993, Cassol et al., 2007 e Santos, 2008) e diferentes situações de uso do solo. Após, em função do resultado, as áreas foram classificadas por faixas de erosão de acordo com metodologia de Ribeiro, 2006. As maiores porcentagens de área para o cenário de uso atual estão localizadas na classe de 1-10 t.ha-1.ano-1, classificadas como de baixa potencialidade erosiva. Já as classificadas como de perda potencial média de solo na bacia estão na ordem de 38,5; 32,1; 24,7; t.ha-1.ano-1 para as diferentes equações de R, o que evidencia um caráter erosivo de baixo a moderado na bacia. Comparando-se os diferentes cenários simulados, a análise realizada baseaou-se na observação das diferenças na distribuição de áreas da bacia entre as classes de perda de solo potencial. Em relação à influência do Fator C (uso do solo) nas taxas de perda de solo, destaca-se que uso de Floresta Nativa proporciona as menores perdas, seguido de Agricultura no sistema SPS (Soja/Pastagem/Soja) e posteriormente Florestamento/Reflorestamento em todos os cenários testados com estes usos. Com o uso do modelo, foi concebida uma estratégia de aplicação com intuito de identificar áreas adequadas para cada tipo de uso, como apoio a planejamento de uso do solo. Considerando o uso atual, dentre os critérios adotados de tolerância a perda de solo, identificou-se que: 56,48% da área da bacia necessita de revisão do uso do solo, aqui chamado de planejamento, quando considerado o critério de até 10 t.ha-1.ano-1; 21,58% para o critério de até 50 t.ha-1.ano-1 e 12,44% para o critério de até 100 t.ha-1.ano-1. Como prognóstico de usos do solo, estima-se que 810,62 km2 da área da bacia sirvam para Agricultura - SPS e 328,61 km2 para Florestamento/Reflorestamento quando adotado um limite de perda de solo potencial de 10 t.h-1.ano-1. Conclue-se que o modelo USLE espacializado possibilita a identificação de áreas suscetíceis à perdas de solo potencial, sendo possível quantificar e espacializar as áreas em conformidade com limites de perda de solo potencial e também aquelas que não toleram o uso do solo testado. Permite planejar áreas em função da definição de um limite tolerável de perda potencial de solo para um uso prioritário e reclassificar estes cenários com base neste limite. Ainda, o modelo USLE adaptado para SIG mostrou-se uma ferramenta robusta e sensível na diferenciação nos potenciais erosivos entre áreas com diferentes usos do solo, diferentes solos e diferentes declividades, sendo possível criar mapas variados para a bacia em estudo, fornecendo informações úteis para tomadores de decisão, que possam priorizar e implementar as melhores práticas de gestão para reduzir a carga de erosão.
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