Concretos com misturas de agregado residual de construção e demolição (RCD) e pozolana, com ênfase na carbonatação
Resumo
Entre os inúmeros impactos ambientais causados pelos diversos segmentos da economia, a
construção civil destaca-se por ser um dos setores que mais consome recursos naturais e gera
emissões para o meio ambiente, incentivando pesquisadores a realizarem estudos para
encontrar maneiras de minimizar esses impactos. Diante disso, a presente pesquisa objetiva
estudar diferentes alternativas de pilar, compostos por dois tipos de cimento (CP IV e CP VARI),
pozolana (cinza de casca de arroz) e resíduos de construção e demolição (RCD), para
possibilitar a determinação dos principais impactos ambientais gerados por cada um deles e
definir qual será a melhor alternativa avaliando-se ambientalmente e economicamente.
Definidas as proporções das misturas de cada pilar, realizaram-se os ensaios de resistência à
compressão axial, módulo de elasticidade longitudinal e durabilidade (carbonatação
acelerada). Em que a resistência dos pilares com substituições de agregados graúdos naturais
pelo RCD diminuiu bastante, mas com a utilização de pozolana teve-se uma compensação
desta queda. Processo semelhante foi presenciado com o ensaio de módulo de elasticidade.
Em relação à durabilidade, os maiores coeficientes de carbonatação foram obtidos pelos
pilares em que utilizou-se cimento CPIV, tendo um aumento conforme o acréscimo de
substituição do agregado natural pelo RCD. Já os pilares com o CPV-ARI, 15 e 30% de RCD
não apresentaram carbonatação em nenhuma das idades analisadas, que pode ser explicado
pela influência da baixa relação água/materiais cimentícios para esses dois traços, pois o
dimensionamento deu-se em igualdade de resistências. Quanto a Avaliação do Ciclo de Vida,
com abordagem do “berço ao túmulo”, os pilares com o cimento CPIV não foram favoráveis
com as substituições de agregados graúdos naturais pelo RCD, já os compostos pelo CPVARI
obtiveram melhores resultados comparando-se com os impactos gerados pelo pilar
referência (sem substituições). Ao realizar a integração sustentabilidade x custo, obteve-se
como melhor alternativa o pilar com 15% de RCD e cimento CPV-ARI.
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