Adição de ácido fítico na dieta de jundiá (Rhamdia quelen)
Resumo
Este trabalho apresenta um estudo sobre a ação do ácido fítico no desempenho produtivo, metabolismo e atividade antioxidante de jundiá (Rhamdia quelen). Trezentos juvenis de jundiá com média de 7±2,30g foram distribuídos aleatoriamente em 20 tanques de polietileno de 70L (15 peixes por tanque) em sistema de recirculação de água, e foram alimentados durante 50 dias. Foram formuladas cinco dietas, sendo quatro com diferentes níveis de ácido fítico (0,5%AF, 1,0%AF, 1,5%AF ou 2,0%AF) e uma dieta controle, ou seja, sem adição de ácido fítico (0%AF). Para cada tratamento foram utilizadas quatro repetições. Os animais foram alimentados três vezes ao dia até a saciedade aparente. Ao final do período experimental foram avaliadas: variáveis de crescimento (ganho de peso final, ganho de peso relativo, taxa de crescimento específico, taxa de eficiência proteica e conversão alimentar aparente) e parâmetros de carcaça (rendimento de caracaça, quociente intestinal, índice digestivo-somático, hepato-somático e de gordura visceral). Além disso, foram determinados parâmetros metabolicos (albumina, aminoácidos, proteínas totais, triglicerídeos, colesterol, glicose) e hepáticos (proteína, glicogênio, glicose e amônia). Também foram aferidas as atividades das enzimas tripsina, quimiotripsina, lipase intestinal e protease ácida. No peixe inteiro foi analisada a composição centesimal (matéria seca, matéria mineral, proteína bruta e gordura). A ação do ácido fítico como pró-oxidante foi testada com as análises de proteína carbonil e glutationa redutase, além da atividade das enzimas superóxido dismutase, catalase, glutationa peroxidase e glutationa S-transferase. Os peixes que receberam 0,5%AF tiveram o índice de gordura visceral e glicogênio hepático diminuídos. A dieta com de 2,0% de AF resultou em menor atividade da enzima protease ácida. A adição de 1,5%AF aumentou os teores de proteína, e qualquer nível de ácido fítico na dieta diminuiu a concentração de gordura na composição do peixe inteiro. Os peixes que foram alimentados com 0,5% e 1,0% AF tiveram menor formação de proteína carbonil no fígado e nas brânquias. Os animais que receberam 0.5% de ácido fítico na dieta tiveram maiores níveis de GSH no fígado e nas brânquias, assim como maiores atividades das enzimas GST e GPX (no tecido hepático). As atividades de SOD e CAT no fígado foram maiores nos peixes que receberam 0,5% e 1,0% AF. Com este estudo foi possível concluir que a presença de baixas concentrações de ácido fítico na dieta do jundiá contribui para melhor a qualidade do pescado e como moderador oxidativo.
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