Anticorpos em eritrócitos e plaquetas em cães naturalmente infectados por Rangelia vitalii
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2015-07-03Metadatos
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A rangeliose foi descrita pela primeira vez em 1908 e, apesar do tempo decorrido após sua descoberta, é uma doença reemergente. Até o momento foram relatados casos no Brasil, principalmente na região Sul do país, Argentina e Uruguai. Essa doença é causada pelo protozoário Rangelia vitalii que infecta somente canídeos domésticos e selvagens e possui como vetor o carrapato Amblyomma aureolatum. Os principais achados laboratoriais da infecção pelo Rangelia vitalii são anemia e trombocitopenia. Porém, os mecanismos envolvidos no desenvolvimento destes, ainda não estão completamente elucidados. Assim, o objeivo desse trabalho foi descrever uma revisão sobre a rangeliose desde o seu descobrimento até os dias atuais, e investigar o envolvimento do sistema imune na patogenia da anemia e trombocitopenia em cães com rangeliose, através da detecção de IgM e IgG na superficíe de eritrócitos e plaquetas. Objetiva-se, também, avaliar a resposta regenerativa da anemia e trombocitopenia, através da determinação do percentual de reticulócitos e plaquetas reticuladas. Para tanto, foram utilizadas amostras de sangue de vinte cães da rotina hospitalar. Essas, foram coletadas de animais com idade entre 11 meses e 3 anos, machos e fêmeas, de diferentes raças. As amostras obtidas foram divididas em dois grupos, infectado e controle. O grupo infectado foi composto por amostras sanguíneas de 10 cães diagnosticados com rangeliose. O grupo controle foi formado por amostras sanguíneas provenientes de 10 cães clinicamente saudáveis, atendidos no HVU para realização de cirurgia eletiva. Os animais com rangeliose apresentaram trombocitopenia de grau moderado a severo e anemia normocítica normocrômica. Ainda, no grupo infectado foi observado aumento no percentual de plaquetas reticuladas e no percentual de anticorpo IgM ligado à superfície das plaquetas em relação ao grupo controle. Porém, para o anticorpo IgG ligado à superfície das plaquetas não foi observada diferença estatística entre os grupos. Não foi observada diferença significativa no percentual de reticulócitos e no percentual de anticorpos IgM e IgG ligados à superfície dos eritrócitos quando comparados ao grupo controle. Considerando-se os resultados apresentados nessa tese, foi possível concluir que durante a infecção por Rangelia vitalii ocorre ligação de anticorpo IgM na superfície de plaquetas. A ligação de anticorpos pode afetar tanto a função plaquetária, quanto levar a uma destruição precoce e acelerada dessas células pelo sistema fagocítico. Além disso, ocorre aumento no percentual de plaquetas reticuladas, indicando trombopoiese ativa. Ainda, conclui-se que anticorpos IgG e IgM não estão envolvidos na patogênese da anemia hemolítica na fase inicial da doença. No entanto, não se descarta a possibilidade do envolvimento de outros mecanismos que contribuam para a anemia e trombocitopenia observadas na rangeliose.
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