Efeito da aplicação da água eletrolisada fracamente ácida em peitos de frango resfriados
Resumo
Devido à sua composição, a carne de frango pode sofrer rápida deterioração pela presença de microrganismos, sendo que o tipo e número de microrganismos definem a qualidade higiênico-sanitária do produto. O uso da água eletrolisada fracamente ácida (AEFA) com alta concentração de cloro livre tem sido investigado na redução da carga microbiana de frangos de corte, mas com baixa concentração não se tem relatos. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a estabilidade e método de aplicação da AEFA com 2, 5 e 10 mg/L de cloro livre em peitos de frango, e acompanhar a evolução dos microrganismos deteriorantes e a oxidação dos lipídios durante o armazenamento refrigerado. Estudou-se a estabilidade da AEFA com pH 6,0 com 2, 5 e 10 mg/L de cloro livre, determinando o potencial de oxirredução (POR), pH e concentração de cloro livre (CCL) ao longo de 5 dias de armazenamento a 4 °C. As AEFAs foram aplicadas nos peitos de frango pelo método de imersão e pela combinação de spray e imersão para avaliação da vida-útil de peitos de frango armazenados a 4 °C durante 6 dias. A vida-útil foi acompanhada pelo crescimento de bactérias mesófilas e psicrotróficas, valor de pH e a evolução da oxidação lipídica foi acompanhada pelos níveis de TBARS. As AEFAs elaboradas mantiveram suas características de POR, pH e CCL durante o período de armazenamento estudado. Os peitos de frango apresentaram número inicial de microrganismos variado, o que influenciou na redução promovida pelo tratamento com AEFA, sendo que quanto maior a carga de bactérias mesófilas, menor a percentagem de redução promovida pela AEFA. Notou-se, em todos os métodos de aplicação, que a AEFA foi mais efetiva frente às bactérias mesófilas do que as psicrotróficas logo após a aplicação dos tratamentos, e que o pH dos peitos de frango não foram influenciados pela aplicação da AEFA. Entretanto, os diferentes tratamentos de AEFA aplicados não aumentaram o tempo de vida-útil dos peitos de frango, pois apresentaram carga microbiológica e pH considerados impróprios para o consumo no sexto dia de armazenamento. Mais estudos são necessários para esclarecer melhor o mecanismo de ação da AEFA frente às reações de oxidação lipídica
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