Investigação dos mecanismos associados ao efeito cicatrizante e regenerativo do barbatimão (Stryphnodendron adstringens) em modelos celulares in vitro
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2019-03-11Metadatos
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Introdução: A pele é o maior órgão do corpo humano e tem como funções revestir, delimitar, proteger e interagir com o meio exterior. As lesões na pele acometem a população de forma geral, independente de sexo, idade ou etnia e, em razão do alto índice de pessoas que apresentam alterações na integridade da pele, caracteriza-se em um sério problema de saúde pública. A cicatrização de lesões é considerada um processo de restauração da homeostase da pele, dinâmico e altamente coordenado, sendo que nos últimos anos têm-se verificado uma retomada à valorização de práticas terapêuticas com o uso de fitoterápicos no tratamento de diversas morbidades, incluindo a cicatrização de lesões cutânea. Muitas plantas já se mostraram promissoras, com destaque para o barbatimão (Stryphnodendron adstringens), e diversos estudos in vitroe in vivo já foram realizados demonstrando a ação cicatrizante e anti-inflamatória, entretanto os mecanismos relacionados ainda não foram esclarecidos. Objetivo: Analisar in vitro os mecanismos causais associados ao efeito cicatrizante do barbatimão (Stryphnodendron adstringens), bem como realizar revisão de literatura e analisar série de casos relacionados. Métodos: Inicialmente foi realizada uma análise integrada da literatura relacionada a propriedade cicatrizante do barbatimão, considerando os dados disponíveis nas principais plataformas científicas bem como a análise de uma série de casos. As cascas do barbatimão foram obtidas, e o extrato hidroalcoólico foi preparado e caracterizado quimicamente via Cromatografia Líquida de alta eficiência (HPLC). O extrato foi testado in vitro em duas linhagens celulares comerciais de queratinócitos (HaCaT) e fibroblastos (HFF-1), cultivadas em ambiente apropriado, foram realizadas as curvas farmacológicas, e uma vez definidas as concentrações de uso foram realizadas análises relacionadas a citotoxicidade e genotoxidade. Em um terceiro momento, células da linhagem HFF-1, integras e em modelo de lesão in vitro, tratadas com barbatimão nas concentrações de 0.49mg/mL e 0.99mg/mL por 24 ou 72 horas, das quais foi avaliado: (1) metabolismo oxidativo (oxidação do DNA, lipoperoxidação, carbonilação de proteinas, níveis das enzimas antioxidantes); (2) citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, interleucina 6); (3) marcadores apoptóticos = Caspases (CASP) 3 e 8 e fatores de crescimento (KGF e FGF-1). Resultados: 42 publicações sobre barbatimão foram incluídas na revisão, a maioria publicada em língua inglesa. A partir desses estudos foi identificada descrição de diversas ações biológicas e clínicas do barbatimão, tais como efeitos antiinflamatórios, antioxidantes, antiulcerogênicos e antimicrobianos, antiparasitários, além de suas propriedades curativas. Relatamos uma série de casos de pacientes submetidos ao tratamento com barbatimão para cicatrização de lesões causadas por trauma físico involuntário intenso (acidentes externos) ou cirurgia. Considerando todos os casos, a duração completa da cicatrização ocorreu durante 3,6 ± 0,8 meses. Em relação ao estudo 2, os resultados demonstram que as principais moléculas bioativas quantificadas por HPLC foram ácido gálico, ácido cafeico, quercetina, catequina e epigalocatequina-3- gallato (EGCG). O barbatimão foi capaz de diminuir a mortalidade celular em comparação com grupo de controle, e ainda apresentou efeito genoprotetor ao DNA. No 3 estudo o tratamento com 0.49 mg/mL e 0.99 mg/mL, apresentou efeito redutor sobre os marcadores oxidativos, inflamatórios e apoptóticos, concomitantemente o barbatimão foi capaz de elevar os níveis de antioxidantes e fatores de crescimento. Conclusão: Tendo em vista a revisão de literartura, a série de casos, e nossos estudos in vitro, nossos resultados ainda que iniciais e com necessidade de serem complementados por mais estudos, dão fortes indicios da ação antioxidante, genoprotetora, anti-inflamatória, anti-apoptótica, e pró-fatores de crescimento do barbatimão, o que poderia explicar a eficácia deste fitoterápico na de cicatrização de lesões.
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