Atividades antibacteriana e antibiofilme do extrato bruto de Datura suaveolens
Resumo
O controle de microrganismos infecciosos às vezes é ineficaz mesmo com o desenvolvimento de fármacos antibacterianos inovadores. Por conseguinte, os patógenos estão se mostrando resistentes à maioria dos medicamentos conhecidos impactando na morte prematura de aproximadamente 300 milhões de pessoas, entre infecções hospitalares e ambientais, com uma perda de US$ 100 trilhões para a economia global, até 2050. Com base nestes dados a Organização Mundial da Saúde (OMS) nomeou a resistência aos antimicrobianos como uma das três ameaças mais importantes à saúde pública do século XXI. Este fato traz um olhar para a habilidade que os microrganismos possuem de viver em comunidades chamadas de biofilmes, desenvolvendo seu metabolismo ligado a uma superfície, deste modo, tal problemática incentiva a procura por alternativas que contornem o problema da resistência bacteriana e volta o olhar para os produtos naturais, onde diversos extratos de plantas medicinais tem apresentado efeitos antibacterianos que podem representar uma alternativa terapêutica promissora. Como é o caso das plantas medicinais da família Solanaceae, que possuem alcaloides como compostos majoritários, os quais são conhecidos como potentes agentes antimicrobianos. Desse modo, o presente trabalho teve por objetivo verificar se o extrato bruto de Datura suaveolens (popularmente conhecida como trombeteiro, saia-branca ou sopro-do-diabo) é capaz de inibir o crescimento de microrganismos em sua forma planctônica e na forma de biofilmes, além de quantificar biofilme de isolados clínicos de Klebsiella pneumoniae. Os testes de suscetibilidade foram realizados pelos métodos de disco-difusão e microdiluição em caldo. Para a determinação da Concentração de inibição e de destruição do Biofilme o extrato bruto foi testado na Concentração Inibitória Mínima (CIM) e em concentrações subinibitórias. Os resultados demonstraram que o extrato bruto de D. suaveolens possui discreta atividade antibacteriana para microrganismos na forma planctônica, entre isolados clínicos e cepas padrões, com concentrações entre 10 e 1,5 mg/mL. Os isolados clínicos de K. pneumoniae foram classificados como forte formadores de biofilme. O extrato bruto de D. suaveolens foi capaz de inibir, discretamente, o biofilme de Pseudomonas aeruginosa (PA01) e de um isolado clínico de K. pneumoniae, em concentrações subinibitórias de 0,625 mg/mL e 1,25 mg/mL, respectivamente, entretanto não foi capaz de destruir o biofilme formado de ambas as cepas, revelando que o material vegetal em questão atua nas fases iniciais da formação do biofilme.
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