Redirecionamento de fármacos e sinergia de medicamentos não-antibióticos e antibióticos no tratamento de doenças infecciosas
Fecha
2018-09-13Primeiro membro da banca
Montagner, Francisco
Segundo membro da banca
Ribeiro, Tiango Aguiar
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A utilização indiscriminada dos antimicrobianos em monoterapia ocasionou o surgimento de
cepas bacterianas multiresistentes, as quais são atualmente uma das maiores ameaças para a
saúde humana. Enquanto a resistência aos antibióticos apresenta dados alarmantes sobre sua
ocorrência, as opções de tratamento e novos antibióticos não estão sendo desenvolvidos a
tempo, requerendo cada vez mais o desenvolvimento de compostos que apresentem
propriedades antibacterianas satisfatórias. Nesse sentido, o redirecionamento de fármacos
surgiu como alternativa à busca tradicional de substâncias ativas, uma vez que é um processo
mais rápido e vantajoso. Assim, o presente estudo objetivou, no primeiro artigo, apresentar à
comunidade científica a pesquisa atual do reposicionamento de drogas não-antibióticas frente
a bactérias. No segundo manuscrito, analisou-se a atividade antibacteriana sinérgica de
sertralina e dissulfiram como candidatos ao redirecionamento. No primeiro artigo relatamos
que entre as principais vantagens do reposicionamento estão a disponibilidade de dados
farmacológicos e toxicologia, bem como o menor gasto em seu desenvolvimento, somado a
taxas de sucesso que chegam a 30%, recente aprovação pelo Food and Drug Administration e
ainda a possibilidade de sinergismos entre si ou em associação com antimicrobianos. As
classes farmacológicas correntemente envolvidas no reposicionamento são os antiinflamatórios
não esteroidais, antidepressivos, antipsicóticos, antialcoolismo, neuroprotetores,
antirreumáticos, antidiarreicos, tuberculostáticos e cardiovasculares. Referimos 19 fármacos
não-antibióticos os quais apresentam atividade antibacteriana frente a diversas cepas, tanto
Gram-positivas quanto Gram-negativas. No segundo manuscrito, relatamos a atividade
antibacteriana dos medicamentos dissulfiram e sertralina. O primeiro foi ativo frente às cepas
padrão Gram-positivas, enquanto o segundo apresentou atividade tanto frente à Grampositivas
quanto às Gram-negativas e potente atividade frente a cinco isolados clínicos de
Staphylococcus spp.. A associação desses dois fármacos foi sinérgica frente à duas cepas de
Staphylococcus aureus, e quando associados com os antimicrobianos
sulfametoxazol/trimetoprima e ciprofloxacino, ocorreram 8 eventos de sinergismo. Sertralina
demonstrou atividade bactericida potencializada com o dissulfiram. Dissulfiram e sertralina,
duas drogas não-antibióticas, constituem alternativas promissoras para o reposicionamento no
tratamento de infecções bacterianas. Porém são necessários estudos adicionais, utilizando
diferentes técnicas, para a elucidação dos mecanismos de ação envolvidos.
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