Morbimortalidade de idosos hospitalizados por fratura de fêmur – estudo de coorte
Resumo
Introdução: Atualmente a cada dez pessoas, uma tem 60 anos ou mais de idade, e as projeções apontam a tendência desses números aumentarem. Esses indivíduos apresentam maior predisposição a alguns riscos, entre eles as quedas, com possibilidade de complicações graves tais como as fraturas de fêmur, relacionadas a uma alta prevalência e associação com óbito e incapacidade. Objetivos: Analisar a morbimortalidade durante a internação e até 3 anos após a alta de idosos hospitalizados por fratura de fêmur em um hospital da região central do Rio Grande do Sul. Métodos: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, com caráter descritivo exploratório e de desenho longitudinal prospectivo, caracterizado como um estudo de coorte prospectiva. O estudo contou com idosos que internaram por fratura de fêmur no Hospital Universitário de Santa Maria, sendo coletados dados sociodemográficos (idade, sexo e mora com quem), perfil clinico-funcional com o Índice de risco sênior (ISAR), Indice de comorbidades de Charlson (ICC), circunferência de panturrilha (CP), escala de Fragilidade de Edmonton (EFE) e Escala de depressão Geriátrica- 4 (GDS 4) dos desfechos a partir de análise de prontuários. Esta foi realizada durante a internação e três anos após a alta hospitalar. Resultados: No período de maio de 2015 a setembro de 2016, foram hospitalizados 493 idosos, destes 11,2% (n=55) ingressaram na emergência por fratura de fêmur, majoritariamente de idosos na faixa etária de 80 a 89 anos (40%) e do sexo feminino (69,1%). Dos idosos com fratura de fêmur 74,5% (n=41) apresentavam algum grau de fragilidade, 13,0% (n=7) possuíam indicadores de depressão, 68,6% (n=35) foram classificados como alto risco de evento adverso durante a hospitalização, 41,8% (n=23) tinham 79% de chance de sobrevida em um ano e 53,1% (n=128) tinha CP <31 cm. Observou-se que 75,9% (n=41) dos idosos com fratura tiveram complicações hospitalares e 16,4% (n=9) foram a óbito durante a internação. Da alta hospitalar até 30 dias observamos que 8,1% (n=3) reinternaram, 87,5%(n=35) ficaram com imobilidade após a alta, 24,4%(n=10) tiveram que visitar o Pronto-socorro após a alta e 7,0% (n=3) foram a óbito. Até 3 anos observamos que 45,3% (n=27) dos idosos que sobreviraram após 30 dias da internação, foram a óbito, e 89% os idosos que sobreviveram apresentaram algum grau de dependência para as atividades a partir da escala de Barthel. Esses dados sugerem que a fratura de fêmur em idosos provoca alterações físicas desde a internação, como o aumento de complicações hospitalares e imobilidade, bem como após a alta hospitalar, onde se observaram elevada presença do desfecho óbito e dependência funcional em até 3 anos após a alta hospitalar.
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