Os institutos federais e o desenvolvimento: perspectivas inclusivas de um educador geógrafo
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Date
2020-06-19Primeiro membro da banca
Heidrich, Álvaro Luiz
Segundo membro da banca
Meurer, Ane Carine
Terceiro membro da banca
Figueiredo, Lauro César
Quarto membro da banca
Rego, Nelson
Metadata
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O desenvolvimento é termo polissêmico, multifacetado e multidimensional que se utiliza com
referência a níveis, estágios ou processos de mudança segundo escalas, do local ao global, e diferentes
atividades humanas. O desenvolvimento também é pensado pelos setores econômico, social,
ambiental, além do educacional. Sua relação com a educação, porém, embora não seja tão evidente,
cria um domínio em que o desenvolvimento ganha novos significados, os quais interessa investigar.
Com as possibilidades de atuação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia junto aos
contextos e comunidades locais, veem-se habilitados a promover um tipo de desenvolvimento através
da Educação Profissional e Tecnológica. Com a expansão e interiorização da Rede Federal de
Educação Profissional e Tecnológica, novos sujeitos, em seus territórios, trouxeram demandas menos
imediatamente econômicas. Coube investigar as possibilidades de desenvolvimento através da atuação
dos Institutos Federais junto às populações vulneráveis. Fora preciso localizá-las entre as práticas
educacionais que pudessem auxiliar sujeitos em situação de vulnerabilidade social, cartografar
agentes, meios e estratégias utilizadas para atender tais populações e, por fim, mapear as
possibilidades de ação e incapacidades para desenvolver o local e o regional. A investigação
concentrou-se em documentos oficiais da RFEPCT, dos Institutos Federais como um todo, Instituto
Federal Farroupilha e seus campi, num movimento regressivo até as coordenações e núcleos. Cobre o
período de 2006 a 2018, durante o qual se vem moldando a atuação dos Institutos Federais segundo
uma perspectiva territorialista. A abordagem qualitativa primou pela análise crítica sobre concepções
de desenvolvimento nos Institutos, utilizando-se das categorias território e espaço em Santos (1978,
1986, 1996, 1998, 1999, 2000, 2002, 2005, 2007, 2008a, 2008b, 2008c, 2016), desenvolvimento em
Saquet (2015a, 2015b, 2017), Souza (1995, 1996, 1997, 2003, 2005, 2006, 2008a, 2008b, 2010, 2011,
2013, 2015), Dallabrida (2017), Freire (1959, 2002, 2011, 2012a, 2012b, 2013, 2014, 2016) e de
educação em Brandão (2007) e Libâneo (2012, 2018a, 2018b). A possibilidade de os Institutos
Federais promoverem o “desenvolvimento” conta com a pluralidade de definições de
desenvolvimento, uma das quais se revela pelo compromisso com as populações vulneráveis.
Situando-se na interface entre educação e desenvolvimento, os Institutos têm nas ações inclusivas,
práticas capazes de gerar mudanças positivas junto às comunidades representadas pelo universo de
estudantes atendidos. Por meio de estratégias educacionais diversas, os Núcleos Inclusivos colocam-se
como agentes territoriais que favorecem a territorialidade humana, permitindo a concepção de um tipo
de desenvolvimento possível através da própria educação. Diante do desenvolvimento de tipo sócioespacial
inclusivo, os objetivos de desenvolvimento (econômico) recuam pela incapacidade de
desenvolver o local e o regional fora de uma pedagogia libertadora, empoderadora, capaz de associar
educação, território e desenvolvimento.
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