Patogênese e terapia experimental da infecção pelo alfaherpesvírus bovino 2
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Data
2020-08-25Primeiro membro da banca
Anziliero, Deniz
Segundo membro da banca
Cargnelutti, Juliana Felipetto
Terceiro membro da banca
Slhessarenko, Renata Dezengrini
Quarto membro da banca
Weiblen, Rudi
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O Alfaherpesvírus bovino 2 – agente da mamilite herpética bovina (BHM) – é relacionado aos Alfaherpesvírus humanos 1 e 2 (HHV-1, HHV-2) e, como tal, tem sido sugerido como modelo para testes de vacinas e drogas antivirais. Além disso, pouco é conhecido sobre a patogenia do BoHV-2. Neste trabalho foi estudada a patogenia da infecção pelo BoHV-2 em bezerros, após diferentes rotas de inoculação e investigada a atividade de diferentes fármacos antivirais in vitro e in vivo contra o BoHV-2. No primeiro estudo, bezerros soronegativos de três a quatro meses foram inoculados com BoHV-2 (107TCID50.mL-1) por via intramuscular (IM, n=4), por via intravenosa (IV, n=4) ou transdérmica (TD, n=4) após escarificação leve e submetidos a monitoramento. Os bezerros inoculados pela via IV apresentaram aumento leve da temperatura corporal entre os dias 6 a 9 pós-inoculação (pi). A inoculação do vírus pela via TD resultou em lesões inflamatórias leves nos locais de inoculação, caracterizadas por hiperemia, pequenas vesículas, exsudação leve e formação de crostas, entre os dias 2 e 8pi. O vírus ou DNA viral foi detectado por PCR nas crostas/swabs coletados de lesões de 3 de 4 animais inoculados TD do dia 2 ao 8pi. Viremia foi detectada em 3/4 dos animais do grupo IM (do dia 4 ao 8pi); em 2/4 animais do grupo IV (dias 6 e 8pi), mas não no grupo TD. Administração de dexametasona (Dex) nos bezerros inoculados no dia 48pi, não resultou em reativação do vírus. No segundo estudo, investigou-se a atividade anti-viral in vitro contra o BoHV-2 de três drogas anti-herpéticas: Cidofovir (CDV), Famciclovir (FAM), Foscarnet (PFA), e do disseleneto de difenila (PhSe)2 pelo teste de redução de placas (PRA). Redução significativa do número de placas virais foi observada pelo tratamento dos tapetes celulares com (PhSe)2 (redução de 79.7%, p<0.05) ou com CDV (62.8%, p<0.05). Tratamento com FAM resultou em redução menor (22.9%, p<0.05) e o PFA não demonstrou atividade antiviral. A seguir, investigou-se o efeito do (PhSe)2 e CDV, isoladamente ou combinados, sobre a infecção e doença produzida pelo BoHV-2 em ovelhas inoculadas pela via transdérmica e submetidas a tratamento tópico com um veículo cremoso contendo (PhSe)2, CDV, e (PhSe)2 + CDV associados. Treze de 14 ovelhas (92.8%) inoculadas desenvolveram lesões locais que progrediram pelas fases de hiperemia (dias 2 – 6pi), grandes pápulas ou áreas planas achatadas/escuras (dias 4 a 12pi), acompanhadas pela formação de crostas que duraram além do dia 15pi nos animais não-tratados. Tratamento com (PhSe)2 resultou em redução importante no escore clínico a partir do dia 8 pi (p<0.05), em redução do período clínico e na duração da excreção viral (p<0.05) comparado aos controles. Tratamento combinado ((PhSe)2+CDV) e CDV sozinho, também resultaram em melhoria clínica (p<0.05), mas menos pronunciada e mais tardia (após dias 11 pi e 13 pi, respectivamente), mas não reduziram significativamente o tempo de excreção viral. Em conjunto, esses resultados contribuem para o conhecimento da patogenia da infecção pelo BoHV-2 e são promissores no sentido do uso disseleneto de difenila (PhSe)2, isolado ou em combinação com drogas anti-herpéticas, no tratamento de lesões ocasionadas pelo BoHV-2 no úbere de vacas leiteiras.
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