Traumatismo dentário em adolescentes de Santa Maria, RS
Fecha
2020-09-10Primeiro membro da banca
Emanuelli, Bruno
Segundo membro da banca
Giordani, Jessye Melgarejo do Amaral
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Mostrar el registro completo del ítemResumen
A presente dissertação está composta por dois artigos científicos cujos objetivos foram avaliar a associação entre traumatismo dentário (TD) e qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) em adolescentes de 15 a 19 anos de idade de Santa Maria, Brasil (Artigo 1) e investigar a associação entre região da cidade e a prevalência e severidade de TD bem como a região que agrupava maior número de indicadores de risco ambiental como uma tentativa de explicar a associação encontrada (Artigo 2). Um estudo transversal de base populacional foi realizado em 2018 e incluiu uma amostra representativa composta por 1.197 adolescentes de 15 a 19 anos de idade. Um questionário estruturado foi enviado aos pais/responsáveis dos adolescentes contendo perguntas sobre características demográficas e socioeconômicas. O OHIP-14 (Oral Health Impact Profile) foi utilizado para avaliar QVRSB. O TD foi avaliado com base na classificação de O’Brien. Variáveis ambientais foram obtidas através de publicações oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Artigo 1, os desfechos foram os escores total e domínio-específicos do OHIP-14 e a variável preditora principal foi a experiência de TD, dicotomizada como presente (pelo menos um dente com índice TD≥1) ou ausente (todos os dentes com índice TD=0). Os desfechos do Artigo 2 foram prevalência e severidade do TD e a variável preditora principal foi a região da cidade. Modelos de regressão de Poisson foram utilizados para avaliar as associações em estudo. A prevalência geral de TD foi de 17% (n=203), sendo trauma leve em 12% e trauma severo em 5%. Nos modelos ajustados, os adolescentes com TD apresentaram pior QVRSB do que aqueles sem TD (Razão de Taxas[RT]=1,10; Intervalo de Confiança[IC] 95%=1,05-1,16). Esse efeito negativo foi relacionado aos domínios de limitação psicológica (RT=1,16; IC95%=1,02-1,32), limitação social (RT=1,34; IC95%=1,13-1,59) e incapacidade (RT=1,35; IC95%=1,10-1,66). O Artigo 2 incluiu 1.146 adolescentes e observou uma prevalência de TD de 25,3% na região sul da cidade, contrastando com uma prevalência de 13,6% na região norte. Na análise de risco, morar na região sul conferiu maior probabilidade de ter TD do que aqueles que residiam na região norte (Razão de Prevalência[RP]=1,83; IC95%=1,24-2,70), mesmo após ajuste para fatores sociodemográficos e clínicos. Essa associação foi consistentemente encontrada na análise de severidade (trauma leve, RP=1,82; IC95%=1,09-3,05; trauma severo, RP=2,25; IC95%=1,02-4,93). Ao analisar o número de indicadores de risco ambientais nas diferentes regiões da cidade, a região sul apresentou a maior média/mediana do que todas as outras regiões. Apesar da baixa severidade, o TD esteve associado a uma pior QVRSB em adolescentes de 15 a 19 anos de idade de Santa Maria, RS, Brasil. Deste modo, mesmo o TD leve não deve ser negligenciado nesta população. Morar na região sul foi associado a uma maior prevalência e severidade de TD. Considerando que esta região agrupa o maior número de indicadores de risco ambientais, os achados deste estudo demonstram o papel do ambiente social na epidemiologia do TD.
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