Ácido elágico e hesperidina como potenciais terapêuticos em desordens neuroinflamatórias
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Data
2020-03-06Primeiro coorientador
Silva, Cássia Bagolin da
Primeiro membro da banca
Bueno, Andressa
Segundo membro da banca
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
Terceiro membro da banca
Sagrillo, Michele Rorato
Quarto membro da banca
França, Raqueli Teresinha
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Neuroinflamação pode impactar negativamente o processo de neurogênese em adultos mamíferos, além de ser considerada fator de risco para déficit cognitivo e demência. Dentre os modelos experimentais de neuroinflamação, destacam-se os modelos que utilizam aplicações intrapeirtoneais (IP) de lipopolissacarídeos (LPS) ou administração intracerebroventricular (ICV) de estreptozotocina (STZ). Diversas pesquisas têm sido realizadas para buscar alternativas terapêuticas para desordens neuroinflamatórias. Os flavonoides, como o ácido elágico (AE) e a hesperidina (HES), provenientes principalmente de frutas, apresentam diversos efeitos benéficos ao organismo, como propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, e reduzida toxicidade. Nesse contexto, esta pesquisa teve por objetivo avaliar o potencial terapêutico do AE ou HES em modelos experimentais de neuroinflamação. Este estudo foi dividido em dois experimentos. No primeiro (MANUSCRITO I) o objetivo do estudo foi avaliar o potencial do AE em modelo experimental de neuroinflamação induzida por múltiplas aplicações de LPS. Foram utilizados 32 ratos machos Wistar, distribuídos em 4 grupos (n=8): controles (CTRL+SAL) e controle tratado com AE (CTRL+AE), e os grupos dos animais que receberam LPS (LPS+ SAL) e (LPS+AE). Os grupos LPS receberam 8 injeções IP diárias de LPS em 8 dias consecutivos na dose de 250mg/kg de peso corporal, dissolvida em salina 0,9% enquanto os grupos CTRL e AE receberam apenas o veículo salina 0,9% no mesmo volume. Duas horas após as aplicações (IP), os ratos do grupo AE e LPS+AE foram tratados com AE na dose de 100mg/kg por via oral durante os 8 dias de tratamento. Os testes de campo aberto e reconhecimento de objetos foram realizados nos dias seis, sete e oito do período experimental. No segundo experimento (MANUSCRITO II) o objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da HES e sua associação com a rivastigmina (RIV) na memória e parâmetros oxidativos em um modelo de Doença de Alzheimer (DA) esporádica induzido por injeção intracerebroventricular de estreptozotocina (ICV-STZ). Foram utilizados 64 ratos Wistar, distribuídos em oito grupos (n=8): controle (CTRL), RIV, HES, RIV+HES, STZ, STZ+RIV e STZ+HES, STZ+RIV+HES. Os ratos receberam injeção ICV-STZ (3 mg/kg) ou solução salina e foram tratados diariamente, a partir do quarto dia, com 100 mg/kg de HES via oral, durante 30 dias. Aos 21 dias, pós injeção ICV-STZ, iniciou-se o tratamento oral com 2 mg/kg de RIV que teve duração de 13 dias. Realizou-se teste comportamental pelo labirinto aquático de Morris 30 dias após a injeção ICV-STZ. Em ambos estudos, os antioxidantes utilizados (AE ou HES) demonstraram potencial para reverter os efeitos deletérios do LPS ou STZ, a partir da redução do dano oxidativo, com incremento do sistema antioxidante e redução das espécies reativas de oxigênio (ERO), e melhora no potencial cognitivo dos animais. Em adição, no MANUSCRITO I, o AE demonstrou potencial imunomodulador, a partir de redução da expressão de células da glia, bem como capacidade de prevenir o aumento na atividade da acetilcolinesterase (AChE) e fosforilação da Tau. Esses resultados demonstram o potencial terapêutico do AE e HES em desordens cognitivas secundárias à neuroinflamação, o que torna esses antioxidantes potenciais candidatos para o tratamento de doenças neurodegenerativas.
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