Atividade de porfirinas tetra-catiônicas frente a isolados e biofilmes de Moraxella spp. envolvidas na ceratoconjuntivite infecciosa bovina
Fecha
2022-02-24Primeiro membro da banca
Maboni, Grazieli
Segundo membro da banca
Gressler, Letícia Trevisan
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A ceratoconjuntivite infecciosa (CIB) é a doença ocular mais importante na criação de
ruminantes em todo o mundo e, embora não seja fatal, pode causar grandes perdas na produção.
O agente primário da doença é a Moraxella bovis, mas M. ovis e M. bovoculi são comumente
isoladas de animais com CIB. As medidas terapêuticas disponíveis para o seu controle têm
limitado sucesso e geram altos custos, justificando a importância da busca de novas alternativas
de tratamento. A terapia fotodinâmica é um método que utiliza moléculas fotoativas, como as
porfirinas, que interagem com a luz gerando espécies reativas de oxigênio que causam morte
celular. Assim, essa dissertação teve por objetivo avaliar a atividade antibacteriana de
metaloporfirinas tetra-catiônicas (H2TMeP e ZnTMeP) frente a isolados e cepas padrão de
Moraxella spp., in vitro, em um modelo ex vivo e sobre células sésseis. No experimento 1
(capítulo 1) foi avaliada a atividade antibacteriana das porfirinas frente a células planctônicas
de Moraxella spp. in vitro e ex vivo. Para a análise in vitro, cada porfirina (4,0 μM) foi incubada
com ~1x104 unidades formadoras de colônia (UFC) por mL de cada isolado de Moraxella spp.
(n=22). Esta solução (200 μL) foi exposta à luz artificial por 0; 2,5; 5,0 e 7,5 min, ou mantida
no escuro (controle) e, em seguida, plaqueada e incubada por 24 h para quantificação de UFC.
Todos os isolados clínicos e as cepas padrão de Moraxella spp. foram completamente
inativados pela porfirina ZnTMeP em até 7,5 min de irradiação. H2TMeP não apresentou
atividade antibacteriana frente a Moraxella spp., por isso, os demais experimentos foram
realizados apenas com a porfirina ZnTMeP. Para o ensaio ex vivo, córneas excisadas do globo
ocular de bovinos abatidos foram irrigadas com uma cultura de Moraxella spp. (~1x104
UFC/mL) seguida da adição da porfirina. As peças foram irradiadas por 0; 7,5 e 30 min, ou
mantidas no escuro. Suabes das córneas foram coletados e semeado para quantificação de UFC.
A porfirina ZnTMeP promoveu redução significativa (p<0,05) na concentração das cepas de
Moraxella spp. após 30 min de irradiação. No segundo experimento (capítulo 2) foi avaliada a
atividade antibacteriana da porfirina ZnTMeP e do cloridrato de oxitetraciclina (OXY) frente
a células sésseis de M. bovis, M. bovoculi e M. ovis (durante e após a consolidação do biofilme).
ZnTMeP (4,0 μM) e OXY (20 μg/mL) foram utilizadas isoladamente e em associação durante
e após a consolidação do biofilme. ZnTMeP não apresentou efeito em ambas as fases. OXY
foi capaz de reduzir a formação de biofilmes de todas as cepas. Frente à biofilme consolidado,
OXY reduziu o número de células viáveis de M. bovoculi e M. ovis, porém não alterou a
viabilidade de M. bovis em biolfime consolidado. A combinação de ZnTMeP e OXY contra
Moraxella spp. em biofilme não apresentou efeito superior na destriuição das células em
comparação à aplicação de cada composto isolamente. Esses resultados encorajam a realização
de futuros experimentos in vivo utilizando ZnTMeP com intuito de inativar células plantônicas
de Moraxella spp. causadoras de IBK. Por outro lado, foi reiteramos que a busca ativa por novos
compostos e terapias que tenham ação efetiva sobre biofilmes de Moraxella spp. é fundamental.
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