Incubadoras tecnológicas de cooperativas populares: o processo de emancipação na perspectiva da economia solidária
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Data
2021-12-16Primeiro coorientador
Froehlich, José Marcos
Primeiro membro da banca
Cunha, Eduardo Vivian da
Segundo membro da banca
Nascimento, Luis Felipe Machado do
Terceiro membro da banca
Trevisan, Marcelo
Quarto membro da banca
Von Ende, Marta
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente estudo teve como objetivo compreender o processo de emancipação de grupos
de consumidores e produtores rurais vinculados à incubadora TECSOL e alicerçados na
economia solidária. Nesse contexto, o estudo teve como base teórica a economia substantiva
(POLANYI, 2012), a economia solidária e a emancipação. Com esse intuito, foram definidos
os seguintes objetivos específicos: i) apresentar o processo histórico da Rede Universitária
de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCPS); ii) descrever a trajetória da
incubadora Tecnológica de Empreendimentos Econômicos Solidários (TECSOL), da Rede
Bem da Terra de consumidores e da Rede Bem da Terra de produtores; iii) identificar as
categorias que preponderam em relação ao processo de emancipação da TECSOL, do grupo
de consumidores e do grupo de produtores; e iv) construir a figura analítica do processo de
emancipação dos grupos incubados na perspectiva da economia solidária. Para isso,
desenvolveu-se uma pesquisa com aporte teórico interpretativista de natureza qualitativa, e o
campo da pesquisa foi a incubadora Tecnológica de Empreendimentos Econômicos Solidários
(TECSOL), a qual é vinculada à Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas Populares
de Economia Solidária. As técnicas de coleta de dados foram: entrevistas por meio de história
oral temática, observação não participante e, além das entrevistas, utilizaram-se documentos.
Realizaram-se entrevistas com os integrantes da Incubadora TECSOL, com o Grupo de
Consumidores da Rede Bem da Terra e com o Grupo de Produtores Rurais Germinar da Rede
Bem da Terra. Os dados foram sistematizados por categorias que emergiram no campo, no
qual foi realizada uma análise de conteúdo. No que tange aos resultados, as categorias que
emergiram das entrevistas realizadas com os participantes da TECSOL, do Grupo de
Consumidores e do Grupo de Produtores Rurais Germinar foram entrelaçadas, o que resultou
nas seguintes categorias: processos técnicos, consciência crítica, processo decisório,
consciência coletiva, educação, processo organizacional horizontal, dimensão política e
consumo consciente. Para a construção da figura analítica, realizou-se o entrelaçamento das
categorias a priori (teoria) e a posteriori (empírico), que originou as seguintes categorias:
ecologia das produtividades, consciência coletiva, consciência crítica, dimensão social,
dimensão política, dimensão econômica, tomada de decisão democrática, solidariedade,
educação, gestão social, ecologia das temporalidades, ecologia de transescala, processo
organizacional horizontal, conscientização, diálogo e consumo consciente. A partir das
análises, verificou-se que as categorias se interligam como fios condutores que se conectam
para o processo de emancipação de grupos incubados na perspectiva da economia solidária,
ou seja, nenhuma categoria imbrica a outra, a probabilidade é de que alguma categoria fique
mais saliente no processo. Além disso, entende-se que o processo, esse caminho para a
emancipação, não é linear, nem estanque; dependerá do tempo e do contexto de cada grupo.
Por fim, cabe ressaltar que esta tese não teve o intuito de ser conclusiva, nem de criar um
modelo de emancipação como uma “receita de bolo”, e nada impede que novas categorias
surjam e sejam utilizadas em outros grupos ou coletivos que tenham como cerne a crítica ao
sistema capitalista.
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