Biofilmes epilíticos como matriz inovadora e complementar para o monitoramento de agrotóxicos no meio aquático: ênfase ao glifosato
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Fecha
2022-11-28Primeiro coorientador
Aparicio, Virginia Carolina
Primeiro membro da banca
Reichert, José Miguel
Segundo membro da banca
Prestes, Osmar Damian
Terceiro membro da banca
Frazzon, Ana Paula Guedes
Quarto membro da banca
Brunet, Jocelina Vargas
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A crescente utilização de agrotóxicos induziu grande preocupação ambiental devido ao alto risco ecológico de contaminação aquática. Assim, os microrganismos que habitam os rios estão entre os primeiros organismos aquáticos a entrar em contato com os resíduos desses contaminantes. Recentemente, biofilmes epilíticos passaram a ser utilizados como matriz de estudos de contaminação ambiental, na medida em que atuam como bioacumuladores de compostos orgânicos e inorgânicos. O objetivo desta pesquisa foi investigar os impactos das atividades agrícolas na contaminação das águas superficiais com agrotóxicos, com ênfase ao glifosato e seu metabólito AMPA, usando três matrizes de monitoramento (água, sedimentos em suspensão e biofilmes epilíticos) e com ênfase na capacidade de resiliência de glifosato e AMPA nos biofilmes. Foram monitoradas três bacias hidrográficas: uma representativa da “Agricultura Moderna” em ambiente subtropical (Quinze de Novembro/RS); uma representativa da expansão recente da agricultura sobre bioma Pampa com Assentamento de Reforma Agrária (Júlio de Castilhos/RS) e uma representativa da agricultura Argentina (Quequén Grande - província de Buenos Aires). A tese foi apresentada em três estudos. No primeiro, ficou evidente que glifosato e AMPA estão bioacumulados nos biofilmes epilíticos e, foram detectados em todos os sítios de monitoramento, em concentrações que variaram de 195 a 7673 μg kg-1 para glifosato e de 225 a 4180 μg kg-1 para AMPA, sendo que estes compostos também estão permanentemente impregnados nos sedimentos. Destacou-se ainda o fungicida tebuconazol, detectado em todas as amostras de biofilmes. O segundo estudo demonstrou que os biofilmes naturais previamente impregnados com glifosato e AMPA, uma vez transferidos à meio aquático menos contaminado com tais compostos, não são capazes de se autodepurar guardando consigo a contaminaçao inicial. O filo Proteobacteria foi favorecido pelas altas concentrações desses dois xenobióticos. A comunidade microbiana está alta e constantemente estressada, com dificuldades em se autodepurar. O terceiro, realizado na bacia hidrográfica do rio Quequén Grande - Argentina, evidenciou que a atrazina foi o único composto com 100% de detecção na matriz água, não sendo detectado em sedimentos e biofilmes. Os herbicidas foram detectados em 100% dos biofilmes, em concentrações que variaram de 1,61 μg kg-1 (imazetapir) a 655,00 μg kg-1 (glifosato), com destaque para glifosato e seu metabólito AMPA. Os biofilmes permitiram a análise integrativa de compostos, principalmente em comparação com a amostragem pontual da água, e são capazes de bioacumular moléculas de agrotóxicos, fornecendo um panorama muito mais avançado sobre o grau de contaminação do ambiente aquático, do que o uso da amostragem ativa da água e mesmo dos sedimentos em suspensão. Além disso, os estudos em regiões subtropicais com cultivos de soja e outras culturas transgênicas devem obrigatoriamente incluir o glifosato e seu metabólito AMPA.
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