Determinantes sociais do processo saúde-doença sob a ótica de usuários de uma estratégia saúde da família rural
Visualizar/ Abrir
Data
2014-07-27Primeiro coorientador
Beck, Carmem Lúcia Colomé
Primeiro membro da banca
Schimith, Maria Denise
Segundo membro da banca
Righi, Liane Beatriz
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O processo saúde-doença resulta de uma série de determinações emergentes nas sociedades. Para os profissionais da Estratégia Saúde da Família, a ampliação e aprofundamento dos determinantes e condicionantes desse processo implicam práticas assistenciais integrais de saúde, que considerem o indivíduo como ser social, cultural e espiritual, que influencia e é influenciado constantemente pelo meio em que vive, contribuindo para uma melhor condição de saúde dos usuários. O estudo buscou identificar os determinantes sociais do processo saúde doença sob a ótica dos usuários de uma ESF rural, no interior do Rio Grande do Sul. Tratou-se de um estudo qualitativo do tipo descritivo exploratório com usuários do sistema de saúde do meio rural. A produção dos dados foi a partir de um formulário sócio demográfico e de entrevista semiestruturada. As questões, bem como a analise dos dados seguiram o Modelo de Determinantes Sociais proposto por Dahlgren e Whitehead (1991). Foram observados os preceitos éticos de pesquisa conforme a Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados da pesquisa permitiram identificar os determinantes sociais da saúde como potencialidades e fragilidades no processo saúde-doença, para o espaço rural. Como potencialidades destacam-se o ambiente sereno, o contato com a natureza, a produção e consumo de alimentos saudáveis, a flexibilidade da jornada de trabalho, o acesso aos serviços de saúde, estilo de vida que permite aos sujeitos uma vida boa, profícua, a medida que conseguiam fazer o bem, ser feliz, ter família e companhia, num esforço de ajuda mútua de solidariedade para com o outro. Como fragilidades destacaram-se o estilo de vida fixado nas “lidas” do campo, tendo essas prioridades no cotidiano individual e coletivo, não permitindo a inclusão do lazer como forma de produção de saúde; a insegurança no espaço rural como limitante para a conformação das redes sociais; limitações do transporte público, a distância das residências, a linguagem como limitante na comunicação entre usuários e profissionais de saúde, a jornada extensiva de trabalho em períodos de plantio e colheita, o contato e inalação freqüente de agrotóxicos, a exposição cotidiana ao sol e a sobrecarga física do trabalho. Concluiu-se que as especificidades do espaço rural determinam socialmente a constituição do processo saúde-doença. O entendimento desse fenômeno ainda constitui-se um desafio para as políticas públicas de saúde, porém faz-se necessária, uma vez que tal compreensão possibilita a identificação das prioridades no planejamento de ações de saúde e assegura o direito à saúde a todos os cidadãos residentes no espaço rural.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: