Dispositivo raça: cartografando os processos de subjetivação nos corpos de artistas negros
Resumo
Este trabalho buscou compreender o conceito de dispositivo raça e seus mecanismos que
perpassam cotidianamente corpos negros, cartografando processos de subjetivação de
corpos de artistas negros. Memórias corporais, marcas e cicatrizes históricas, e tantos outros
processos são comuns para estes corpos. Para melhor entender a temática, realizamos um
levantamento bibliográfico profundo sobre questões raciais, negritude e as diferentes
perspectivas, e conceitos que elucidassem o que são os processos de subjetivação. A
pesquisa tem enfoque qualitativo, foi desenvolvida a partir de um estudo cartográfico, como
estratégia metodológica realizamos a confecção de Mapas corporais narrados com dois
sujeitos que estiveram inseridos em experiencias artísticas e culturais. Os mesmos foram
usados como materiais para o processo de análise da pesquisa. Resultando na cartografia
dos processos de subjetivação quando em experiências e vivências do campo da produção
de cultura, criando espaços de encontro entre corpos negros e suas ancestralidades.
Acompanhamos os diferentes processos de subjetivação de tais corpos quando ocorrem no
espaço de produção de cultura e trocas a respeito de uma ancestralidade; identificou-se os
diferentes modos de resistência ao reconhecer-se como um corpo negro; observou-se como
se dá o encontro entre corpos negros, e como ocorrem trocas ancestrais e formas de
resistência. Corporificamos experiências cotidianas, a partir do dispositivo raça, é importante
que tenhamos conhecimento sobre nossas histórias e ancestralidade, ocorrendo encontros e
trocas com outros corpos negros. Importantes para nossa subjetivação, fortalecimento,
acolhimento, (r)existência, abrindo espaços para potências clínicas, políticas e estéticas,
provocando reflexões acerca dos contextos que envolvem a população negra.