Nutrição materna durante o terço final de gestação: reflexos sobre o desempenho na terminação e características pós-abate da progênie
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Data
2023-03-27Primeiro membro da banca
Pizzuti, Luiz Ângelo Damian
Segundo membro da banca
Vaz, Ricardo Zambarda
Terceiro membro da banca
Pacheco, Rangel Fernandes
Quarto membro da banca
Machado, Diego Soares
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos dos níveis nutricionais no terço final de gestação de vacas de corte sobre o desempenho na terminação e características pós-abate da progênie. Foram utilizados 41 novilhos de vacas submetidas a diferentes níveis nutricionais no terço final de gestação: 13 vacas sem suplementação em pastagem nativa sob restrição nutricional (RES); 16 vacas suplementadas para atender 100% da energia e proteína para mantença (REQ); 12 vacas suplementadas para atender 150% da energia e proteína para mantença (HIGH). O delineamento experimental foi o inteiramente cazualizado, com três tratamentos e diferentes números de repetições. A nutrição materna na gestação não afetou o consumo diário de matéria seca (9,79 kg), porém, novilhos HIGH apresentaram tendência para maior tempo diário de alimentação (3,59 vs 3,28 e 3,25 horas) e menor tempo de ócio (11,76 vs 12,41 e 12,15 horas) em relação aos RES e REQ, repectivamente. O desempenho da progênie não foi influenciado pela nutrição materna na gestação, com ganho de peso diário de 1,209 kg e peso médio de abate de 526,13 kg. Porém, novilhos REQ apresentaram menor índice para Consumo Alimentar Residual (CAR), enquanto a progênie HIGH foi maior para Ganho de Peso residual (GPR). Animais HIGH apresentaram maior ganho de escore de condição corporal (0,91 vs 0,54 pontos) e tiveram menor concentração da enzima Aspartato transaminase (97,57 vs 112,43 U/L) em relação à RES. Os demais metabólitos sanguíneos foram semelhantes entre as progênies RES, REQ e HIGH (P>0,05). Dentre as medidas pós-abate, novilhos REQ apresentaram menor participação de trato gastrointestinal (7,63 vs 8,22 e 8,28%) e de rúmen (2,24 vs 2,45 e 2,50%) em relação ao corpo vazio. Novilhos HIGH (11,41 pontos) apresentaram tendência para menor conformação de carcaça em relação aos novilhos RES e REQ (12,00 e 12,68 pontos, respectivamente), mas tenderam a ter carne mais suculenta nas análises sensoriais (7,27 vs 6,94 e 6,66 pontos, na mesma ordem). Os demais parâmetros sensoriais, bem como as características qualitativas da carne não foram influenciadas pela nutrição materna na gestação (P>0,05). Desta forma, os resultados obtidos no presente estudo sugerem que a melhor nutrição materna no terço final de gestação produz indivíduos mais eficientes (REQ) e mais produtivos (HIGH) em sistemas de terminação em confinamento. Além disso, fornecer nutrientes acima da exigência materna no terço final de gestação melhora a saúde hepática e a qualidade do produto cárneo que chega ao consumidor. Por outro lado, a restrição nutricional materna na gestação leva a formação de um “fenótipo econômico” na prole RES, aspecto que pode levar ao ganho compensatório de peso e suprimir os efeitos da programação fetal na vida adulta.
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