Avaliação da toxicidade cutânea in vivo e predição computacional de propriedades e potencial terapêutico do óleo de tucumã (Astrocaryum vulgare Mart.)
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Fecha
2023-12-18Primeiro coorientador
Sagrillo, Michele Rorato
Primeiro membro da banca
Machado, Alencar Kolinski
Segundo membro da banca
Branco, Cátia dos Santos
Terceiro membro da banca
Brucker, Natália
Quarto membro da banca
Bernasconi, Thissiane de Lima Gonçalves
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A região amazônica é conhecida por apresentar diversidade biológica, riqueza cultural e clima característico, que propicia o cultivo de frutos próprios da região, tal como o tucumã (Astrocaryum vulgare Mart.). O óleo obtido do tucumã apresenta composição valiosa e grande potencial para ser empregado na formulação de produtos cosméticos e medicamentos. Existem estudos que avaliam o óleo do tucumã (OT) empregado via oral, porém os efeitos de seu uso com aplicação cutânea são pouco conhecidos. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade cutânea aguda e em doses repetidas do OT em ratos Wistar. Além de identificar os compostos majoritários do OT, realizar predição computacional de parâmetros farmacocinéticos, toxicológicos e atividades biológicas destes compostos, definir um possível alvo terapêutico e realizar estudo de docking e dinâmica molecular para avaliar o efeito e possível mecanismo de ação do OT nesse alvo. Para avaliação da toxicidade aguda em ratos, o óleo foi aplicado na pele em dose única de 2000 mg/kg e os animais foram observados por 14 dias. Para determinar a toxicidade de doses repetidas, o óleo foi aplicado em três grupos de ratos em doses crescentes de 250, 500 e 1000 mg/kg durante 28 dias. O peso corporal e o consumo alimentar foram monitorados e amostras de sangue, fígado, rins e pele foram coletadas para avaliação. A análise da composição do OT foi realizada por cromatografia gasosa com espectrometria de massas e as propriedades dos compostos identificados foram previstas através de metodologias computacionais. O docking molecular foi realizado entre esses compostos e proteínas envolvidas na patogênese da dermatite atópica (PDE4A, IL4Rα, STAT3, JAK1 e PPARγ), e validado por dinâmica molecular. Os principais compostos do OT são ácidos graxos e glicerídeos, especialmente ácido oleico, ácido palmítico, trilaurina e monooleína. Alguns destes compostos podem ter efeitos mutagênicos e carcinogênicos, mas não indicaram toxicidade aguda oral ou hepática, cardíaca ou reprodutiva. As proteínas PDE4A, STAT3 e JAK1 mostraram maior interação com a monooleína no estudo de docking, mas essas interações não foram vistas na dinâmica molecular. A proteína PPARγ mostrou interação promissora com a trilaurina em ambas as simulações. Com relação aos experimentos in vivo, a aplicação única de OT não causou alterações hematológicas ou bioquímicas, nem irritação ou corrosão na pele ou alterações macroscópicas nos órgãos. A aplicação diária durante 28 dias também não gerou alterações significativas, exceto eritema na pele dos animais tratados, que foi mais pronunciado nas doses mais elevadas, e resolvido espontaneamente. O OT pode ser classificado como de baixa toxicidade aguda e não causa toxicidade sistêmica, mas toxicidade local pode estar associada ao seu uso com dependência da dose. Os estudos computacionais evidenciam o OT como fonte de compostos com potencial aplicação tópica. A trilaurina destaca-se como candidata promissora no tratamento da dermatite atópica, alinhando-se às aplicações tradicionais e científicas do tucumã. No entanto, é necessária uma investigação mais aprofundada dos efeitos mutagênicos e carcinogênicos do OT e definição de dose que seja seguro e eficaz.
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