Efeito do treinamento auditivo musical na neuroplasticidade e percepção do transtorno do zumbido: um ensaio clínico randomizado duplo cego
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Date
2025-02-27Primeiro coorientador
Garcia, Michele Vargas
Primeiro membro da banca
Freire, Katya Guglielmi Marcondes
Segundo membro da banca
Barros, Anna Carolina Marques Perrella de
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Dentre as teorias de geração do zumbido, existe a das mudanças neuroplásticas centrais, que relata a associação entre as alterações e reorganização em vias auditivas centrais e impactos em áreas associadas devido ao sinal neural alterado. O treinamento auditivo modifica estas vias alteradas por meio de exercícios auditivos, os quais provocam a neuroplasticidade positiva. O treinamento auditivo musical (TAM) é uma proposta de estimulação das habilidades auditivas, cognitivas e metalinguísticas com atividades com enfoque na musicalidade e pode ser eficiente na reorganização das vias auditivas centrais e consequentemente na percepção do sintoma. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi verificar o efeito do treinamento auditivo musical na neuroplasticidade do sistema auditivo e na percepção do transtorno do zumbido em adultos. Trata-se de um ensaio clínico randomizado duplo cego. O projeto faz parte do projeto matricial aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa sob número 5.746.241. A pesquisa foi realizada no Serviço de Atendimento Fonoaudiológico da Universidade Federal de Santa Maria (SAF-UFSM). Participaram do estudo 20 sujeitos de ambos os sexos, de 18 a 55 anos, com queixa de zumbido crônico (percepção mínima de seis meses), unilateral ou bilateral, limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade bilateralmente ou perda auditiva sensorioneural de grau até leve, nota de incômodo de no mínimo quatro na Escala Visual Analógica (incômodo moderado do sintoma) e com normalidade no Mini Exame do Estado Mental (rastreio cognitivo). Foram realizadas as seguintes avaliações: Procedimentos para seleção da amostra: Anamnese, Inspeção visual do meato acústico externo, Audiometria tonal liminar, Logoaudiometria, Medidas de imitância acústica (MIA), Acufenometria, Nível Mínimo de Mascaramento (NMM), Inibição Residual, Avaliação do zumbido de origem vascular, Testes de modulação somatossensorial do zumbido, Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD) e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico com estímulo clique (PEATE clique). Procedimentos de pesquisa: Tinnitus handicap inventory (THI), Escala visual analógica (EVA) e Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência (PEALL). Os sujeitos foram randomizados em dois grupos: Grupo Estudo (GE) e Grupo Controle (GC). O GE recebeu a proposta de intervenção com o TAM e o GC recebeu tratamento placebo. Observou-se que ambos os grupos melhoraram quanto à percepção do sintoma na escala EVA V (p-valor: GC=< 0,001; GE= 0,009), EVA I (p-valor: GC=< 0,001; GE= 0,002) e questionário THI (p-valor: GC=< 0,001; GE= < 0,001). Quanto à neuroplasticidade, na análise do PEALL, o GC obteve mudanças significativas quanto a duração do P3 (p-valor= 0,016) e o GE teve resultados estatisticamente significantes para a duração (p-valor=0,009) e amplitude (p-valor=0,007) do P3. Sendo assim, foi possível concluir que o TAM é uma abordagem que promove mudanças neuroplásticas e melhora da percepção do transtorno do zumbido.
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