Patógenos em sementes de Pinus spp. - ênfase em Lasiodiplodia sp. e Fusarium spp.
Abstract
O gênero Pinus destaca-se no setor florestal, especialmente na região Sul do Brasil, pela produção de madeira e celulose. Entretanto, suas sementes apresentam vulnerabilidade sanitária e doenças causadas por fungos são ocorrências decisivas na fase de produção de mudas nos viveiros. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo avaliar a qualidade fisiológica e sanitária de sementes de Pinus spp. oriundas de diferentes procedências; identificar morfologicamente e molecularmente os isolados fúngicos associados as sementes; avaliar o potencial patogênico desses fungos; e testar a eficiência de agentes biocontroladores no tratamento das sementes. Para a caracterização inicial das sementes foram utilizados os testes de germinação e sanidade, avaliando-se quatro lotes e as amostras foram compostas por 400 sementes, para cada teste. A caracterização morfológica dos isolados fúngicos foi realizada com base em chaves específicas para os gêneros Fusarium e Lasiodiplodia, já para a identificação molecular, foram sequenciadas as regiões ITS e fator de elongação. O teste de patogenicidade consistiu na inoculação das sementes de Pinus via contato com a cultura fúngica do patógeno, sendo o substrato utilizado areia esterilizada com o teste mantido em sala de germinação (25 ± 3 °C e fotoperíodo de 12 h) durante 45 dias. Para os testes de biocontrole foram utilizados produtos comerciais à base de Trichoderma e Bacillus e um isolado de Bacillus obtido das próprias sementes de Pinus. O controle in vitro foi realizado pelo método de confronto pareado de culturas (antagonista x patógeno) e o teste in vivo foi desenvolvido em condições de casa de vegetação, durante 60 dias; as variáveis avaliadas foram emergência, diâmetro do colo, peso fresco e seco de mudas. O percentual de germinação dos lotes foi superior a 70%. Os gêneros fúngicos identificados nas sementes foram: Fusarium, Lasiodiplodia, Aspergillus, Penicillium e Trichoderma. Com base nas características morfológicas e moleculares identificaram-se as espécies Fusarium oxysporum, F. verticillioides e Lasiodiplodia theobromae como patogênicas a espécie em estudo, causando damping off de pré e pós-emergência. Os agentes antagonistas mostraram potencial de controle in vitro sobre F. oxysporum, F. verticillioides e L. theobromae e quando confrontados in vivo com L. theobromae não interferiram no desenvolvimento das mudas, até os 60 dias de condução do teste.