Via anti-inflamatória colinérgica e proteínas de fase aguda na tripanotolerância de coelhos infectados pelo Trypanosoma. evansi
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2013-04-26Metadatos
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A tripanossomose é uma enfermidade de distribuição mundial que, no Brasil, é denominada
mal das cadeiras , em função dos sinais clínicos apresentados pelos equinos, principal
espécie afetada. A doença é causada pelo protozoário Trypanosoma evansi, sendo
caracterizada por sinais clínicos como perda de peso, mucosas pálidas, edema de pálpebra e
vulva. Coelhos têm sido relatados como uma espécie resistente ao T. evansi, contudo, ainda
não se sabe de que modo aspectos imunitários, como a imunidade inata e o sistema
colinérgico, comportam-se nessa espécie, nem mesmo como essas vias da inflamação
influenciam a tripanotolerância de coelhos. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar a
resposta inflamatória e a via anti-inflamatória colinérgica e sua relação na tripanotolerância
em coelhos infectados experimentalmente pelo T. evansi. Para tanto, foram utilizados 12
coelhos adultos, fêmeas, da raça Nova Zelândia, com peso corporal entre 3,6 a 4,5 Kg,
divididos em dois grupos, um grupo controle e um grupo infectado, ambos com seis animais.
Os coelhos pertencentes ao grupo infectado receberam, pela via intraperitoneal, 0,5 mL de
sangue de rato contendo 108 tripanossomas por animal, enquanto que o grupo controle
recebeu, pela mesma via, solução fisiológica. O período experimental foi de 118 dias, sendo o
sangue coletado nos dias 0, 2, 7, 12, 27, 42, 57, 87, 102, e 118, para determinar as
colinesterases, e nos dias 0, 5, 20, 35, 65, 95 e 118, para avaliar hemograma, proteínas totais,
proteinograma sérico, imunoglobulinas e proteínas de fase aguda. Foi observado aumento na
atividade da butirilcolinesterase (BChE) no 7° dia PI e da atividade da acetilcolinesterase
(AChE) no 27° dia PI. Além disso, o grupo infectado apresentou aumento nas proteínas totais,
bem como nas frações alfa, beta e gama globulinas ao longo do período experimental. A
redução na albumina e no hematócrito foram observados em períodos pontuais da infecção
experimental, bem como o aumento na imunoglobulina G. A infecção pelo T. evansi
estimulou a produção de proteínas de fase aguda como a proteína C-reativa, haptoglobina, α-2
macroglobulina, sendo observado um aumento na imunoglobulina M (IgM) em todo o
período experimental (118 dias pós-infecção). A partir desses resultados, conclui-se que a via
colinérgica pode ter influência na resposta inflamatória, através da ação da BChE e AChE na
regulação das concentrações de acetilcolina, acarretando em aumento nas concentrações de
citocinas e, consequentemente, na produção de proteínas de fase aguda. A elevação na IgM,
relacionada ao aumento da proteína C-reativa e haptoglobina, sugere o envolvimento dessas
proteínas na defesa do hospedeiro contra o flagelado, e, possivelmente, na tripanotolerância
de coelhos infectados com T. evansi.