Hemoculturas positivas de pacientes atendidos em um hospital escola
Date
2015-02-26Metadata
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Infecções hospitalares constituem um sério problema de saúde pública. Nos últimos anos, as infecções de corrente sanguínea (ICS) vem aumentando significativamente nos hospitais, sendo responsáveis por elevadas taxas de morbi-mortalidade. Estas, majoritariamente são ocasionadas por bactérias, as quais são detectadas pela realização de hemoculturas. Atualmente, devido a frequência e a gravidade das ICS no ambiente hospitalar, torna-se necessário a avaliação de dados de importância epidemiológica, melhorando o controle e prevenção destas infecções. Dessa forma, este estudo teve como objetivo analisar os microrganismos relacionados à ICS, de pacientes admitidos no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), no período de um ano (2012-2013). Foi realizada a avaliação do perfil epidemiológico e de sensibilidade das hemoculturas positivas dos pacientes admitidos no HUSM entre abril de 2012 a março de 2013. No período de estudo, 1080 amostras foram consideradas positivas, sendo 69,3% causadas por microrganismos gram-positivos (GP), 22,9% por gram-negativos (GN) e 7,9% fungos. O microrganismo mais frequente foi o Staphylococcus epidermidis (24%), seguido pelo Staphylococcus hominis (6,8%), Staphylococcus haemolyticus (6,8%) e Pseudmonas aeruginosa (6%). Os isolamentos predominaram em pacientes do sexo masculino (50,6%) e na faixa etária compreendida entre 0-20 anos, sendo a Pediatria/Unidade de terapia intensiva neonatal, o setor com maior número de isolamentos, 24,3% (10,3%/14%). A avaliação do perfil de sensibilidade evidenciou 100% de sensibilidade a daptomicina, linezolida, tigeciclina e vancomicina frente aos microrganismos GP, sendo que uma taxa de 42,31% dos isolados do gênero Staphylococcus foram caracterizados fenotipicamente como Staphylococcus coagulase negativa resistentes à meticilina (MRSCoN). Já, entre os GN, todos os microrganismos em estudo apresentaram 100% de resistência frente a ampicilina, e a Pseudomonas aeruginosa 100% de resistência a cefalotina e cefoxitina, e 1,57% destes isolados apresentaram mecanismo de resistência ESBL. Através deste estudo foi possível observar que houve o predomínio de bactérias GP, sendo que aproximadamente 50% dos isolamentos foram causados por Staphylococcus spp. e 42,31% destas cepas foram resistentes a meticilina. Esse fato deve ser reconsiderado quando da instituição da antibioticoterapia empírica, principalmente nos pacientes admitidos em unidades críticas. Estudos de avaliação da incidência de ICS apresentam impacto significativo na mortalidade, principalmente dos pacientes com sistema imune debilitado, uma vez que propiciam o início imediato da efetiva terapia antimicrobiana empírica. Estas infecções devem ser investigadas juntamente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar para que novas medidas sejam adotadas, reduzindo a incidência das ICS, os custos hospitalares e também as taxas de mortalidade.