Toxicidade de soluções irrigantes e associações farmacológicas empregadas na pulpectomia de dentes decíduos
Abstract
As soluções irrigantes empregadas na pulpectomia de dentes decíduos são coadjuvantes essenciais no preparo químico mecânico, por entrarem em contato com os tecidos dentários e periapicais, é fundamental a avaliação da biocompatibilidade das mesmas. O objetivo deste estudo foi avaliar a citotoxicidade e a genotoxicidade, in vitro, de soluções irrigantes e associações farmacológicas empregadas na sanificação dos canais radiculares desses dentes, realizando quatro testes que avaliaram a toxicidade analisando diferentes parâmetros. Foram realizados os Testes de Viabilidade Celular (MTT), Peroxidação Lipídica (TBARS), GEMO e Ensaio Cometa Alcalino, na avaliação das soluções principais: Hipoclorito de Sódio 1% e 2,5%, e Clorexidina 2%; e soluções auxiliares: Ácido Cítrico 6% e EDTA 17% e das associações entre as soluções principais e auxiliares, frente às células mononucleadas do sangue periférico humano (MTT, TBARS e Ensaio Cometa Alcalino), em 24h e 72h, e frente ao dsDNA, DNA de timo de bezerro purificado (GEMO). Os dados obtidos foram avaliados quanto à normalidade pelo Kolmogorov-Smirnov e analisados por Anova seguido do post hoc de Dunnett, e Kruskal-Wallis seguido do post hoc de Dunn. Os valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Foi Observado em 24h, redução na viabilidade celular em todos os grupos. Em 72h a redução se manteve, exceto no EDTA, associações do Hipoclorito de Sódio (1% e 2,5%) com EDTA (p<0,05) e Clorexidina com EDTA (p>0,05). Causaram lipoperoxidação em 24h, EDTA e Hipoclorito de Sódio 2,5% com EDTA e, em 72h, Hipoclorito de Sódio (1% e 2,5%) e as três associações com Ácido Cítrico (p<0,05). Todos os grupos causaram quebra no DNA pelo Ensaio Cometa Alcalino, 24h e 72h (p<0,05). No Teste GEMO foi observado dano ao dsDNA em todos os grupos (p<0,05), exceto Clorexidina com EDTA. Foi observado algum nível de toxicidade em todos os grupos testados. Entretanto, a Clorexidina entre as soluções principais, e o EDTA entre as auxiliares, foram menos citotóxicas. Também, a associação dessas duas soluções apresentou menor potencial de toxicidade. A partir dos resultados ficou demonstrado a melhor biocompatibilidade in vitro da associação de Clorexidina e EDTA.