Avaliação dos níveis de ruído em estabelecimentos assistenciais de saúde - estudo de caso
Resumo
Tem-se constatado, nos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS), níveis de ruídos cada vez mais elevados, causando desconforto, interferindo no descanso, no sono e nas atividades desenvolvidas. Avaliou-se, através de uma
pesquisa quali-quantitativa, o ruído em três unidades de um hospital (Pediatria, Maternidade e CTI Neonatal), situado numa avenida de trânsito intenso, em Santa Maria/RS. A análise quantitativa foi efetuada com medições de nível de pressão sonora equivalente (LAeq) e níveis máximos e mínimos. O estudo qualitativo contemplou: levantamentos (fontes sonoras e características físicas da edificação),
entrevista semi-estruturada (funcionários, acompanhantes e pacientes, maiores de 16 anos) e observações (rotinas e equipamentos). Os níveis sonoros medidos, nos três ambientes, encontram-se acima das recomendações, traduzindo-se, nas entrevistas, em alguns horários e locais, como muito desagradáveis. As características físicas refletoras das edificações dos EAS, o elevado número de
equipamentos - alguns com localização e isolamento inadequado - e as aberturas (janelas e portas) com vedação deficiente, contribuem para patamares elevados de ruído. O tráfego, a construção (obra de ampliação do hospital) e as bombas de recalque são citados como desconfortáveis. Carrinhos de medicamentos e refeições são exemplos que dependem de uma conotação momentânea (injeção, alívio de
dor, lanche etc.). A pesquisa mostra que múltiplos fatores geram e incrementam os níveis de ruído em um ambiente hospitalar, por isso há necessidade de que as análises sejam detalhadas e contextualizadas, possibilitando soluções mais
adequadas.